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LAVA JATO

Artigo | Moro é o próprio Brancaleone brasileiro montado em seu pangaré

Ex-juiz foi peça fundamental na eleição de Bolsonaro e é responsável pelo desmantelamento das instituições

24.jan.2022 às 18h22
Minas Gerais (MG)
Rafael Murta Reis

"Sátira ou não, Moro não consegue alcançar a arte que a obra nos oferece." - Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil

Mesmo após o desastre da sua arrancada política Moro ainda insiste em ser alternativa para as eleições de 2022. Com apenas 9% das intenções de voto (Ipespe), Moro diz causar medo em Bolsonaro e Lula na corrida presidencial. O ex-ministro de Jair Bolsonaro afirma romper com a polarização entre o atual presidente e o petista, e que não pretende renunciar à sua candidatura ao Planalto. Foi o que disse em entrevista ao "Isso é Bahia", da A Tarde FM, no dia 17.

Discurso anticorrupção influenciou 57,8 milhões 

A saga do candidato do Podemos muito me faz lembrar do genial O Incrível Exército de Brancaleone, de Mario Monicelli. Talvez a trajetória política de Moro seja a versão grotesca do clássico italiano. Na sátira italiana, que se passa no século XIV, o atrapalhado Brancaleone, movido por uma promessa, se junta a um punhado de ladrões maltrapilhos na busca por um feudo que julga ser seu. 

Na versão brasileira, enquanto paira no ar a sua suposta desistência ao Planalto por uma cadeira no Senado, parece que o Brancaleone brasileiro não tem tido muito sucesso na formação de seu exército, tampouco parece que conseguirá chegar perto de reivindicar a sua herança da Lava Jato. Entre outros motivos, porque o grande beneficiário da operação foi Jair Bolsonaro. 

Moro, que foi peça fundamental na eleição de Bolsonaro, chegando a ser premiado com a cadeira de Ministro da Justiça e Segurança Pública, não arregimentou para si os lavajatista. Ou talvez, enquanto juiz, tenha superestimado o número de seguidores que teria na sua candidatura. Se fosse diferente disso, não insistiria neste monolítico discurso anticorrupção. 

Lava Jato ainda tem custado muito ao Brasil

O discurso anticorrupção que certamente influenciou os 57,8 milhões de brasileiros na última eleição, os eleitores da extrema direita, da qual o próprio é parte, assistiram sua maior derrocada ética dos últimos tempos. Não falo apenas dos casos de corrupção, mas do que é feito supostamente em nome de Deus, da moral e da família. 

A Lava Jato ainda tem custado muito ao Brasil. Não pelo compromisso sério que em partes teve ao investigar empresas e agentes políticos, mas pelo caráter político e instrumental que passou a ter na retirada do ex-presidente Lula da disputa eleitoral e na pavimentação da vitória de Jair. 

O desmantelamento das instituições, o afundamento econômico e a devastação dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras certamente importariam pouco ao juiz que fez da magistratura trampolim para a fama e palco para a vaidade. Até é possível acreditar que em algum momento Moro não aspirava ser presidente da república, mas tudo indica que sua frustração ao perder a sua indicação ao STF pelo presidente foi suficiente para mudar de ideia. 

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Agora, em 2022, Moro terá que lidar com duas grandes questões. A primeira, conseguir arregimentar um exército mais descente e que não se assemelhe ao de Brancaleone, o que parece desafiador. O segundo, tentar recuperar o seu feudo tomado por Bolsonaro ao mesmo tempo que o Brasil atravessa a mesma tríade pela qual passou o personagem italiano: a guerra, a peste e a fome. 

Moro é responsável pelo fato de o Brasil sofrer nesse momento com as consequências da negligência do Estado: (a) frente a uma pandemia, o que levou a mais de 620 mil mortes; (b) frente a economia, tendo hoje metade de sua população em situação de insegurança alimentar, com 19 milhões passando fome. Tudo isso enquanto vive dias de terror numa guerra capitaneada por ruralistas, pela bancada da bala e seus milicianos. 

A cada dia, cada vez mais o país vive o feminicídio, o genocídio das populações negra e indígena, e as violências de toda ordem contra a população LGBTQIA+. Tudo isso parece demais para o Brancaleone brasileiro, que até então mais têm servido como uma sátira à política brasileira, vindo em seu pangaré, como no filme, e muito mal acompanhado, falando de combate à corrupção, mas fugindo de todos os debates aos quais é desafiado. 

Certamente Moro não quer expor sua inabilidade para tratar sobre economia, meio ambiente, educação, saúde e, especialmente, sobre a retomada dos direitos. Sátira ou não, Moro não consegue alcançar a arte que a obra nos oferece. E está longe de ser uma comédia que nos faz rir. 

 

Rafael Murta Reis é mestre em Administração Pública e Governo

 

*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

 

Editado por: Elis Almeida
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