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Crise criada pela covid-19 na educação é a "pior já registrada", diz pesquisa da ONU

Levantamento indica problemas de saúde mental, evasão escolar e impactos sobre igualdade de gênero

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A pandemia de covid-19 não afetou a educação dos estudantes de maneira igual - Foto: Bábiton Leão

O impacto do fechamento de escolas e universidades causado pela covid-19 é "imenso" e suas consequências ainda não são totalmente conhecidas, afirma pesquisa conjunta da Unicef, Unesco e Banco Mundial publicada nesta segunda-feira (24). Apesar da pandemia afetar 1,6 bilhão de estudantes em todo o mundo, os efeitos não foram iguais para todos — habitantes de países de renda média ou baixa foram mais impactados.

A pesquisa cita um levantamento sobre os efeitos da pandemia no aprendizado de estudantes da cidade de São Paulo: a estimativa é de que os alunos aprenderam apenas 28% do que aprenderiam com aulas presenciais e o risco de evasão escolar triplicou.

Outra pesquisa citada foi realizada em Karnataka, estado na região sul da Índia, e encontrou que a parcela de alunos da terceira série em escolas públicas capazes de realizar subtração simples caiu de 24% em 2018 para apenas 16% em 2020.

Em países de rendas baixa e média, até 70% dos alunos de 10 anos de idade têm dificuldades para ler ou entender um texto simples, sendo que antes da pandemia, o índice era de 53%.  

"Mais de 370 milhões de crianças em todo o mundo perderam merendas escolares durante o fechamento das escolas, perdendo o que é, para algumas crianças, a única fonte confiável de alimentos e nutrição diária. A crise de saúde mental entre os jovens atingiu níveis sem precedentes. Os avanços na igualdade de gênero estão ameaçados, com o fechamento de escolas colocando o risco de casamento prematuro de mais 10 milhões de meninas na próxima década e também um risco aumentado de evasão escolar", aponta a pesquisa.

A íntegra da pesquisa, em inglês, pode ser conferida neste link.

Edição: Arturo Hartmann