Escalada

Em meio a recebimento de armas dos EUA, Ucrânia minimiza risco de invasão russa: "Durmam bem"

Ministro ucraniano da Defesa afirma que tropas da Rússia não estão na iminência de invadir o país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Desembarque de material bélico enviado pelos EUA para a Ucrânia em Kiev. - Sergei Supinsky / AFP

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, afirmou no Parlamento nesta terça-feira (25) que não existem indícios de que a Rússia esteja pronta para invadir seu país e endossou o coro das autoridades locais que refutam a tese dos Estados Unidos de um iminente ataque de Moscou.

"Não se preocupem, durmam bem", disse Reznikov. Também nesta terça-feira, o ministro da Defesa publicou em sua rede social fotos da chegada de um segundo lote de armamentos de 80 toneladas do "parceiro estratégico" Estados Unidos.

A fala do ministro da Defesa ocorre um dia após o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, criticar a decisão de Washington de ordenar a saída dos familiares de seus diplomatas do país europeu por conta da "ameaça contínua" de uma invasão russa.

"Embora respeitemos o direito de nações estrangeiras de garantir a segurança de suas missões diplomáticas, acreditamos que tal passo seja prematuro e um exemplo de cautela excessiva", disse Nikolenko.

Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ter o "palpite" de que os russos atacariam a Ucrânia.

Washington decidiu colocar 8.500 militares em estágio de alerta para um possível deslocamento. Países europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também enviaram navios e jatos para o leste europeu.

Após videoconferência com líderes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Polônia, União Europeia e Otan na segunda-feira (24), Biden subiu o tom e afirmou que a Rússia enfrentará "sanções sem precedentes" caso invada a Ucrânia. O chanceler alemão, Olaf Scholz, encontrou o presidente francês Emmanuel Macron em Berlim nesta terça-feira (25) e afirmou que espera "passos claros" da Rússia que contribuam com a diminuição das tensões na região e destacou que uma agressão militar terá "consequências sérias".

A Rússia tem cerca 100 mil soldados estacionados perto da fronteira com a Ucrânia e anexou parte do país vizinho em 2014. Moscou, todavia, insiste que não pretende invadir o território ucraniano.

A escalada da tensão ocorre com o pano de fundo de discussões diplomáticas sobre os países-membros da Otan e os limites para a expansão da aliança militar do Ocidente perto das fronteiras russas. Moscou pede que a Otan retire suas tropas dos países que entraram na aliança após 1997, lista que incluí nações que foram antigas repúblicas soviéticas.

Edição: Arturo Hartmann