Desastre ambiental

ONU chega ao Peru para conter danos causados por derramamento de petróleo

Especialistas estarão em Lima por aproximadamente duas semanas; cerca de 6.000 barris de petróleo bruto foram derramados

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Trabalhadores tentam remover petróleo na praia de Ancón, perto de Lima - Carlos Reyes / AFP

Um grupo de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) chegou ao Peru nesta segunda-feira (24/01) para ajudar a enfrentar e reduzir os danos causados pelo derramamento de petróleo na área de Ventanilla, localizada em Lima, capital peruana. 

“A equipe de especialistas das Nações Unidas vai avaliar e propor ações imediatas para diminuir o impacto ambiental causado pelo vazamento”, explicou o Ministério das Relações Exteriores do Peru.

Em 15 de janeiro, ocorreu um derramamento de cerca de 6.000 barris de petróleo bruto na refinaria La Pampilla. O desastre, que já afetou cerca de um milhão de metros quadrados de mar e causou danos significativos aos ecossistemas da região, continua com sua causa não revelada.

A chegada do grupo de especialistas ocorreu graças à coordenação da Missão Diplomática Permanente do Peru em Genebra, Suíça, e à coordenação realizada pela chancelaria do país andino.

Convocada pela Unidade Conjunta de Meio Ambiente da ONU e pela equipe de Avaliação e Coordenação de Desastres da ONU (Undac na sigla em inglês), a missão reuniu-se com nove profissionais especializados em resposta a derramamentos de petróleo e poluição, química marinha, planejamento de contingência e outros trabalhos relacionados.

Espera-se que os membros da equipe, compostos por especialistas da Espanha, França, Equador, Panamá e Noruega, permaneçam em Lima por aproximadamente duas semanas.

Governo revisa contrato com empresa Repsol

A primeira-ministra peruana, Mirtha Vásquez, declarou que o Estado está revendo o contrato com a empresa transnacional Repsol após o derramamento de aproximadamente 6.000 barris de petróleo no mar ao largo de Ventanilla.

Vásquez informou que estão revendo os termos, cláusulas e bases legais em que se baseia o contrato com a empresa para saber que recursos podem utilizar para favorecer o processo de recuperação e mitigação dos danos ambientais na área do desastre.

Em seu relatório preliminar, a empresa espanhola Repsol reconheceu que não foi capaz de calcular a real magnitude do acidente, ao mesmo tempo em que enfatizou assumir as consequências do desastre. O governo também acusou a empresa europeia de não ter reagido diligentemente ao derramamento e exigiu uma resposta compatível com a magnitude do desastre causado.

Enquanto Jaime Fernández-Cuesta, presidente da Repsol no Peru, afirma que o desastre se deu por ondas de tamanhos anormais que atingiram os navios que carregavam os barris de petróleo, a transnacional carrega a responsabilidade de não agir com o plano de contingência de forma imediata.

(*) Com Telesur.