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Artigo | Chico Buarque: Com açúcar, com afeto e com as feministas

Só coletivamente conseguiremos superar essa sociedade em que se naturaliza o patriarcado, o racismo, a LGBTfobia...

29.jan.2022 às 18h26
Assú
Itamara Almeida

Chico Buarque e Nara Leão, para quem a canção foi escrita - Reprodução

O mundo tá muito louco, não é? Há dias vejo uma falsa polêmica sobre a decisão do nosso querido Chico Buarque em não cantar mais uma de suas mais de 500 canções. A culpa? Das feministas, claro. Do identitarismo, lógico! Como não?! Li e ouvi, esses dias, como muita gente aqui pelas redes, diversas afirmações e acusações para com “as feministas”.

Eu fico bestinha de qual buraco saí esse tipo de pensamento que ignora, em sua totalidade, a realidade. A realidade "das feministas", sim, sim, bem genérico mesmo, pois assim, cabe tudo, não é?! Não sobra nenhumazinha feminista e temos que ficar aqui. Umas justificando que "não é esse tipo de feminista", outras que "esse feminismo identitário é semelhante ao fascismo", “que nos levará sabe lá para qual buraco” e assim por diante. Uma tática bem antiga e que nós, mulheres, temos que lidar cotidianamente. Velha, velha, velha roupa colorida de novo.

Bem, na realidade concreta, de nossas vidas concretas, nós, as feministas, em sua maioria, temos que lidar com as contradições de nossas próprias vidas, como toda gente, e arrisco que muitas delas (das feministas mesmo) vivem situações similares às da canção do Chico. Porque o patriarcado, gente, é estrutural e, atinge TODAS as mulheres. TODAS! inclusive as feministas (ohhhh!). Lógico que em uma sociedade, além de patriarcal, racista e classista, as mulheres negras, indígenas, racializadas e pobres sentirão o peso maior do braço “invisível” do Capitalismo.

Sobre a canção, penso que não faria tal análise (de que é machista, que não deve ser cantada). Primeiramente por ver na canção "Com açúcar, com afeto", uma representação muito verossímil e poética do cotidiano de muitas mulheres que conheço, de muitas mulheres feministas, inclusive, e, segundo por acreditar, confiar e admirar o Chico Buarque. Sim, isso conta na nossa maneira de olhar o assunto. Quem diz que é apenas porque a arte é "outra coisa", desconfie. A arte pode até ser de fato “outra coisa” (seja lá o que isso signifique), mas nunca isolada em si mesma, nunca por ela mesma e unicamente. Esteticamente, estética e só.

Não me incomoda o Chico cantar ou não "Com açúcar, com afeto" (ele canta pra mim sempre que eu quero, basta um click), não me incomoda discordarmos ou não das leituras distintas da canção, não me incomoda nem mesmo o fato de haver outras canções assim, pois afinal de contas, como não existir canções que refletem/problematizam/absorvem/se apropriam/discutem/incorporam e etc. tais questões como o machismo em uma sociedade machista, patriarcal?

Me incomoda como nós, mulheres e feministas, somos sistematicamente atacadas. Me incomoda como rotulam a luta das mulheres como "identitária" (de forma pejorativa e genérica). Me incomoda como a mídia, a Internet… conseguem nos colocar (e até facilmente) em posição defensiva, de justificativa sobre qual feminismo sou vinculada. De como o meu feminismo é melhor, mais radical, mais democrático que o da outra. Me incomoda, profundamente, que nos desmantelem tão facilmente.

Manas e manos os nossos inimigos são outros e estão, cada vez mais, fechando o sinal para nós, mulheres, negras, negros, indígenas, pessoas LGBTs, pobre e entre outras "categorias" e não, isso não é "identitarismo", como postulam alguns. Essa é a realidade brasileira de povos, raças/etnias muitas, nesse país continental.

Chico Buarque é nosso aliado e um dos nossos. Quem o acompanha sabe de sua coerência política e de seu compromisso com a democracia, com os movimentos sociais, em especial o MST. As suas canções não embalam apenas nossos corações despedaçados por uma paixão não correspondida, como no “Samba do grande amor”, ou por nosso amor ter ido embora, como foi a “Rita”. Suas canções sempre foram utilizadas como ferramentas de luta, nos debates, nas místicas, há muito tempo pela militância e com o aval do compositor.  

Às companheiras, minhas irmãs lembremos sempre: “As feministas” somos nós e somos aliadas umas das outras, no geral, no particular há seus desafios, divergências, naturalmente, mas fiquemos de olhos abertos e juntas.

Só coletivamente conseguiremos superar essa sociedade em que se naturaliza o patriarcado, o racismo, a LGBTfobia… pois afinal, "amanhã vai ser outro dia", estejamos juntas, juntos, atentos, atentas e fortes. Vivas!

*Itamara Almeida é militante do MMC no RN. Doutoranda em Letras pelo PPGL/UFPB e autora do livro "Vizinhas: pequenos contos de rosas e outros espinhos".

**Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Marcos Corbari
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