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Agronegócio pressiona por liberação de agrotóxico proibido. Entenda no Programa Bem Viver

Venda do Paraquat foi banida após pesquisas comprovarem que ele pode levar ao desenvolvimento de câncer

Ouça o áudio:

Venenos paraquat e glifosato foram responsáveis por 214 mortes no Brasil na última década, aponta pesquisa - Arquivo / EBC
Prazo limite da Anvisa para suspender uso do Paraquat acabou em 2021

Após um ano da proibição da venda do agrotóxico Paraquat no Brasil, grandes produtores de soja pressionam o governo para reverter a decisão, alegando que a falta do produto compromete a produção do grão. O Paraquat foi proibido após a divulgação de pesquisas que comprovam a relação entre o pesticida e o desenvolvimento da doença de Parkinson e de mutações genéticas que podem causar câncer.

O lobby do setor sojeiro é visto com preocupação por organizações ligadas à defesa da saúde e ao combate ao uso de venenos agrícolas. “Isso mostra que o agronegócio tinha certeza de que a proibição não ia acontecer, que eles iam tentar reverter”, argumentou o membro da Campanha Permanente Contras os Agrotóxicos e pela Vida, Alan Tygel, em entrevista à edição de hoje (1) do Programa Bem Viver.

A proibição do Paraquat foi definida em 2017 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após quase 10 anos de discussão sobre o tema. Na ocasião, a Anvisa deu prazo até 2020 para adequação do setor. A data limite foi prorrogada por mais um ano para que produtores pudessem usar estoques já adquiridos.

Agora, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) pede ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento "liberação emergencial" do produto e "revisão da decisão da Anvisa", devido "ameaça real de prejuízos" que seriam causados pela falta do produto usado para substituir o Paraquat no mercado.

Pela quebra das patentes

Você sabia que já existe uma vacina comprovadamente eficaz contra a covid-19, criada sem registro de patente? Isso quer dizer que ela não tem proteção de propriedade intelectual adotada por grandes indústrias para impedir que sejam replicadas sem que se pague por isso.

Trata-se do imunizante Corbevax, criado no Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Hospital Infantil do Texas, nos Estados Unidos. Ele foi testado na Índia e aprovado para uso emergencial após mostrar uma taxa de eficácia de 90% no combate à variante Delta da covid-19. Quanto a Ômicron, ainda não há resultados publicados.

Quem acompanhou o desenvolvimento dos imunizantes contra o coronavírus nos últimos anos percebeu como o interesse econômico da indústria farmacêutica está intimamente ligados ao desenvolvimento de vacinas. Não à toa, o lucro dessas empresas disparou durante a pandemia.

Por isso, especialistas defendem que é extremamente importante a criação de uma vacina que não passe por disputas econômicas e que consiga atender a um número maior de pessoas. No momento a Corbevax está sendo produzida na Índia e deve começar a ser aplicada já neste mês. A distribuição em outros países, no entanto, é mais complexa e passa por disputas econômicas.

Chico Science

O Programa Bem Viver faz uma homenagem ao antigo vocalista da banda Nação Zumbi, o cantor Francisco de Assis França, conhecido como Chico Science. Nesta semana completam-se 25 de sua morte.

Nascido em Olinda (PE), em 1966, o artista começou a carreira musical em grupos de Hip Hop do município, na década de 1980. Este foi apenas um ingrediente do caldeirão cultural que Chico Science apresentaria para Brasil anos mais tarde: a mistura com outros estilos, como o Maracatu, Ska e o Rock, deram origem ao chamado Mangue Beat, ritmo que caracteriza o trabalho dos dois álbuns lançados por Chico Science e Nação Zumbi.

A carreira meteórica só acabou devido a um acidente trágico. O cantor morreu no final da tarde de um domingo, 2 de fevereiro de 1997, em um acidente de automóvel quando dirigia o carro da irmã de Recife a Olinda. A família chegou a ser indenizada pela montadora do veículo por conta de uma falha constatada na perícia, no cinto de segurança.

O grupo Nação Zumbi continua seu trabalho atualmente. O músico Jorge Du Peixe, que antes era percussionista, assumiu o lugar de cantor e a banda segue lançado trabalhos inéditos, mas sem deixar de cantar e tocar os grandes sucessos lançados na época de Chico Science.


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Edição: Sarah Fernandes