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Gás da Rússia vira instrumento geopolítico na crise ucraniana

Ameaça de sanções contra Moscou gera alerta sobre possível interrupção de fornecimento de energia na Europa

02.fev.2022 às 09h13
Rio de Janeiro (RJ)
Serguei Monin

Trabalhador atua no campo de perfuração gás da petroleira russa Gazprom, na península russa de Yamal. - ALEXANDER NEMENOV / AFP

O fornecimento de gás da Rússia para a Europa se tornou um elemento central na crise entre Moscou e o Ocidente. Responsável por cerca de 40% do consumo da Europa, o gás russo é ameaçado de sofrer sanções dos EUA e da União Europeia no caso de uma ofensiva contra a Ucrânia.

O novo gasoduto Nord Stream 2, que possui capacidade de fornecer cerca de 55 bilhões de metros cúbicos por ano à Alemanha, foi concluído em 10 de setembro de 2021, mas ainda precisa de certificação final para operar. Os EUA buscam persuadir a Alemanha e a União Europeia para que a documentação seja adiada. No cenário da escalada da crise ucraniana nas últimas semanas, a plena realização do projeto econômico que conecta a Rússia e a Europa colocou a questão energética no epicentro de uma disputa geopolítica.

Enquanto o Kremlin vem repetidamente negando as acusações do Ocidente de que a mobilização de suas tropas perto da fronteira da Ucrânia significa a preparação para uma invasão, a temperatura em torno da crise ucraniana permanece alta. Nesta semana, as potências ocidentais subiram o tom sobre a adoção de sanções econômicas contra Moscou.

A ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, anunciou na última segunda-feira (31) que buscará endurecer a legislação do país para impor sanções mais rígidas à Rússia por conta do grande acúmulo de tropas russas perto da fronteira ucraniana. 

Segundo ela, até agora o Reino Unido só conseguiu impor sanções a figuras ligadas à desestabilização da Ucrânia, no entanto, a nova legislação proposta “dará o poder de impor sanções a uma gama muito mais ampla de indivíduos e empresas”. “Seremos capazes de atingir qualquer empresa que esteja ligada ao Estado russo, que se envolva em negócios de importância econômica para o Estado russo ou que opere em um setor de importância estratégica para o Estado russo”, destacou a ministra.

Quem depende de quem energeticamente?

O trunfo estratégico do projeto Nord Stream 2, para a Rússia, reside no fato de que o fornecimento de gás russo para a Europa poderá ser feito por uma rota alternativa ao transporte pelo território ucraniano. Hoje o gás que Moscou fornece à Europa passa necessariamente pela Ucrânia. O novo gasoduto tem uma rota de 1.900 quilômetros mais curta do que a atual.


Ao atravessar o Mar Báltico, o novo gasoduto poderá abastecer os alemães sem passar pela Ucrânia. / Nord Stream 2 AG / AFP

O analista-chefe do Fundo Nacional de Segurança Energética da Rússia, Igor Ushkov, afirmou ao Brasil de Fato que, em primeiro lugar, a produção de gás russo acontece cada vez mais ao norte. A principal base de obtenção de gás passou a ser na península de Iamal. "Assim, acontece que de Imal para a Europa é mais curto utilizar a rota do norte", observou.

Preocupada com o aumento da dependência energética da Europa em relação à Rússia, a Casa Branca declarou que tenta negociar rotas alternativas através de acordos de fornecimento de gás para Europa com outros países.

Segundo Ushkov, a Europa ainda é muito dependente do gás russo e não tem alternativa a curto prazo para suprir este abastecimento.

“Todas as conversas de que os EUA iriam chegar a acordos com Qatar, Austrália, Algéria e outros países africanos, de que todo o mundo de uma vez vai fornecer gás para a Europa são meras tentativas de acalmar os europeus, são tentativas de dizer para eles: 'Nós cuidamos de tudo, vocês terão gás sem o fornecimento russo, só não tenham medo de adotar duras sanções contra Rússia'”, argumenta.

De acordo com Ushkov, se a Rússia for excluída do fornecimento de gás da Europa, primeiramente o mercado europeu pode sofrer um aumento de US$ 5 mil a US$ 10 mil por mil metros cúbicos, o que levaria a uma crise energética global. “Se isso ocorrer durante a temporada de aquecimento, os europeus vão congelar, e possivelmente poderá haver falta de energia elétrica”, acrescenta.

Já no caso da Rússia, uma possível interrupção nas exportações de gás também seria um golpe forte na economia, pois a Europa é o principal mercado de exportação de Moscou. Para efeito de comparação, a Rússia exporta cerca de 175 bilhões de metros cúbicos quadrados para a Europa, enquanto vende para a China apenas 10 a 13 bilhões de metros cúbicos quadrados.

“Mais de 10% da renda do orçamento federal vem dos recursos de gás, logo das taxas de exportação sobre as vendas de gás. Por isso é claro que o orçamento federal também sofrerá […] Para todos essa medida seria nociva e eu acredito que a Europa não considera seriamente a opção de proibir a compra do gás russo ao adotar sanções”, afirma Ushkov.

Ele ressalta também que a Rússia não tem a intenção de excluir o mercado europeu, lembrando que o país fornece gás à Europa há mais de 50 anos e nunca foi colocada a questão sobre a interrupção do abastecimento energético.

Leia mais: Rússia e EUA em pé de guerra na Ucrânia: cenário de conflito é real ou blefe de alto risco?

Ao comentar em que medida a segurança energética vem sendo usada como instrumento geopolítico, Igor Ushkov lembra que nas últimas semanas os estadunidenses e europeus têm falado abertamente que o Nord Stream 2 é um projeto muito bem-sucedido, porque o Ocidente está utilizando-o como instrumento de pressão contra Moscou. “Eles declaram isso aberta e oficialmente tanto a nível de ministros, quanto primeiros-ministros e chefes de Estado. Por isso, sim, no plano geopolítico a energética está sendo utilizada, mas justamente não da parte da Rússia, mas do lado ocidental”, completou.  

Gás russo movimenta interesses geopolíticos distintos

O economista russo, Vassily Koltashov, em entrevista ao Brasil de Fato, observa que o projeto Nord Stream 2 colocou o Ocidente em posições diferentes na sua relação com a Rússia. Enquanto os EUA optaram por uma retórica dura em relação a Moscou, a Alemanha sempre se posicionou mais hesitante, adotando uma postura de não estabelecer conexão entre a crise na fronteira ucraniana com a cooperação econômica no setor energético.

No entanto, no último dia 20 de janeiro, a Alemanha se juntou aos EUA ao declarar que pode aplicar sanções contra o Kremlin no caso de uma ofensiva militar russa na Ucrânia.


Desembarque de material bélico enviado pelos EUA para a Ucrânia em Kiev. / Sergei Supinsky / AFP

De acordo com Koltashov, é apenas uma “impressão que há uma contradição no fato de que o governo alemão inicialmente defendeu a construção do Nord Stream 2 e depois bloqueou o seu lançamento”. A estratégia da Alemanha, ao ameaçar não conceder a certificação final, tem o objetivo de “enfraquecer a posição dos EUA na Europa” em uma possível resolução da crise ucraniana.

“É possível que essa crise tenha uma resolução, que pode acontecer nos próximos meses. E se isso acontecer, a Alemanha gostaria muito de que isso aparentasse como um fracasso da política dos EUA no Leste europeu para que a Alemanha pudesse reforçar a influência sobre países como Polônia, República Checa, possivelmente nos Bálcãs”, argumenta o economista.

A estratégia dos EUA é clara. Com o desenvolvimento das reservas domésticas de xisto e a necessidade de exportá-lo na forma liquefeita, o aumento da dependência da Europa em relação gás russo transforma a Rússia em um concorrente mais competitivo na região.

“Neste sentido, o jogo que está se desdobrando agora em torno da Ucrânia, com todos esses rumores de uma ‘invasão russa’, representa um jogo muito complexo em que os interesses da Alemanha e da França não correspondem aos interesses dos EUA e Reino Unido. Podemos dizer que os parceiros da União Europeia pretendem colocar seus parceiros sob uma derrota de recursos e de moral, para que a Alemanha saia fortalecida”, acrescentou.

Vassily Koltashov diz ainda que, diante da instabilidade na Ucrânia, é difícil prever o que pode acontecer no país do Leste europeu. Com isso, a estratégia alemã seria conseguir garantir o fornecimento de gás através da Ucrânia, mas já com um governo não controlado por Washington.

Editado por: Thales Schmidt
Tags: alemanha
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