Na manhã desta quinta (03), a ponte que integra a Rua Princesa Isabel, na área central do Recife, amanheceu com uma pintura da frase “Justiça para Moïse”. A atividade é uma ação do Levante Popular da Juventude e ocorreu também em frente aos quiosques Tropicália e Biruta, local de trabalho de Moïse Kabagambe e onde o refugiado congolês foi morto no último dia 24 após cobrar uma dívida trabalhista.
Isa Gabriela, da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude em Pernambuco, aponta que a luta antirracista tem se mostrado uma prioridade para as organizações populares “a pauta é prioritária porque diz muito da nossa sociedade, de que tem esta à margem dela e que está sofrendo na pele profundamente as políticas do projeto de morte deste desgoverno” afirma.
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Ela relembra outros casos emblemáticos e afirma que a violência contra a juventude negra é o reflexo da completa inação do governo Bolsonaro sobre o tema “E esse caso não se restringe só a Moise. A chacina de Jacarezinho [no Rio de Janeiro], as mortes de Miguel Otávio,Ketlyn, João Pedro… São vidas negras de crianças, de jovens que são ceifadas todos os dias no Brasil e as autoridades seguem em silêncio sobre isso”.
Em nota veiculada nas redes, o movimento reafirma que “a morte de Moïse evidencia o persistente racismo estrutural na nossa sociedade e é inaceitável. Não somente isso, mas é revoltante o silêncio das autoridades em apresentar e punir todos os responsáveis pelo crime”. Três suspeitos pelo crime já foram detidos, mas a Polícia Civil investiga se haveria mandantes por trás do crime e informou que o dono do Tropicália não tem nenhuma relação com a morte.
A ação é um marco também na história do Levante Popular da Juventude, que completa dez anos de fundação neste sábado (05). “O levante vem nesses dez anos reafirmando o nosso compromisso com a luta antirracista, antipatriarcal e anticapitalista. Por isso, fazemos a defesa de um Projeto Popular para o Brasil, que deve caber a vida e os sonhos da juventude negra deste país”, conclui.
Ato Justiça por Moïse
Também no Recife, a Articulação Negra em Pernambuco (Anepe), organiza o ato “Justiça por Moïse”, que acontece simultaneamente ao protesto marcado também no Rio de Janeiro e outras cidades pelo Brasil. A concentração inicia às 16h em frente ao Shopping Boa Vista, na área central da cidade.
