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Rede Minas: programa sobre Cultura tem horário de exibição reduzido, e artistas protestam

Programa que contava com um espaço de 30 minutos diários, agora contará com 45 minutos semanais

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Artistas convocaram manifestação para quarta (9) na porta da Rede Minas - Foto: Reprodução | Rede Minas

A Rede Minas, TV pública educativa do estado de Minas Gerias, comunicou na última semana mudanças em sua grade de exibição. Dentre elas, o programa Agenda, dedicado a debates sobre arte e cultura, terá tempo reduzido a partir desta segunda-feira (7).

Um dos programas mais antigos da emissora, o Agenda contava com 30 minutos diários, de segunda a sexta, para reflexões sobre teatro, dança, cinema, música, artes plásticas, dentre outros. Após a mudança, o programa passará a ser exibido apenas nas sextas-feiras, às 20h30, com duração de 30 minutos, e terá um quadro na 1ª edição do Jornal Minas. Ao todo, o programa que contava com um espaço de 2h30 semanais, agora contará com 45 minutos. 

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Em protesto contra a redução de tempo do programa, foi convocada uma manifestação em frente à Empresa Mineira de Comunicação em Belo Horizonte. O ato será na próxima quarta (9), às 13h30, na rua Tenente Brito Melo, 1090, região do Barro Preto.

Impactos

No Twitter, o diretor do Agenda, Rodrigo Castro, declarou que a decisão não foi tomada em conjunto com a equipe do programa e pediu ajuda para pressionar que a Rede Minas reverta a decisão. 

“Agora, 45 minutos semanais, que estarão orientados (novamente: decisão não passou pela equipe) para serviço de eventos na cidade e, na sexta, foco na agenda do fim de semana. Vamos tentar manter a pauta, ainda que reduzida, qualificada. Mas gostaria muito de contar com o apoio de quem se importa com esse espaço que cobre a instituição sobre mudança tão drástica”, informou.  

Prestes a completar 35 anos em 2022, a equipe do programa tinha diversos projetos em andamento que precisarão ser interrompidos com a mudança. 

“Só para este ano teríamos o fim de nossos especiais celebrando o Centenário da Semana de Arte Moderna, projeto que durou 11 meses e agora será interrompido em seu episódio final. Já estávamos nos preparando para comemorar com toda a pompa e circunstância necessária os 50 anos do Clube da Esquina, um dos movimentos musicais mais importantes deste mundo, e também um especial sobre o Movimento Armorial, que está com exposição no CCBB. Outro projeto grande do ano era a celebração do Bicentenário da Independência do Brasil – pautando a relação disso com a cultura nacional, é claro”, informou Rodrigo. 

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Artistas se manifestam 

Em resposta ao comunicado da emissora, no último sábado (5), artistas e simpatizantes do programa lançaram uma campanha online em defesa do Agenda. 

No canal do instagram da campanha, denominada “Salve o Agenda”, o coletivo enfatizou sobre os impactos negativos da mudança. 

“Artistas mineiros - sobretudo os independentes - já quase não contam com espaço para expor seus trabalhos e alcançar o público. A redução do tempo do Agenda é um ataque ao pouco que temos! E em um momento crucial para a classe artística, que continua sofrendo com as mudanças trazidas pela pandemia”, declarou. 

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Elis Almeida