Difícil acesso

Preço do autoteste de covid no Brasil pode ser até 80% mais caro do que o praticado na Europa

Presidente Jair Bolsonaro não sinalizou para a possibilidade de distribuição gratuita do exame até o momento

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Até esta terça-feira (8), a Anvisa recebeu 51 solicitações de registro - Damien Meyer/AFP

O autoteste de antígeno de covid-19 deve custar entre R$ 45 a R$ 79 por unidade no Brasil, segundo fornecedores e associações ouvidas pelo Poder360. O preço chega a ser cerca de 80% mais caro do que os valores praticados em países europeus.  

Na Alemanha, por exemplo, os testes custam entre R$ 8 a R$ 17. Na Espanha, o preço máximo é de R$ 18. Na França, R$ 31. Em pelo menos quatro países, os testes são distribuídos gratuitamente para a população: Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e França. 

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O preço brasileiro está na faixa dos valores praticados pelos EUA (R$ 53 a R$ 180), que apesar de distribuir de forma gratuita também permite a comercialização, Uruguai (R$ 60 a R$ 120) e Argentina (R$ 82).  

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde Marcelo Queiroga não sinalizaram para a possibilidade de distribuição gratuita do exame até o momento. 

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No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a comercialização de autotestes de antígeno de covid-19 em 28 de janeiro. Porém, os produtos ainda não podem ser comprados. A permissão para venda depende de um pedido de registro dos fabricantes junto à Anvisa.   

Até esta terça-feira (8), a Anvisa recebeu 51 solicitações de registro, segundo o site Poder360. Dessas, três foram rejeitadas, seis aguardam a publicação do resultado e 42 ainda não tiveram a avaliação finalizada. 

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Para ter o registro aprovado, as empresas devem disponibilizar instruções para uso, guarda e descarte dos autotestes, além de ilustrações sobre as formas de aplicação e interpretação dos resultados. Os produtores também devem disponibilizar um canal de atendimentos para os consumidores. 

A venda, por sua vez, deverá ser realizada obrigatoriamente por farmácias e estabelecimentos de saúde licenciados para comercializar dispositivos médicos. Até o momento, as testagens são aplicadas somente por profissionais da saúde e trabalhadores de farmácias. 

Edição: Vivian Virissimo