"IHH, FORA!"

Rio de Janeiro: vereador bolsonarista Gabriel Monteiro é expulso de palco em show de rap

O youtuber e vereador é famoso por invadir instituições públicas sem autorização

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Gabriel Monteiro
Vereador deixou a Polícia Militar, mas utilizou até o ano passado agentes de segurança pessoal para incursões fora do âmbito parlamentar - Reprodução

O vereador e ex-policial militar Gabriel Monteiro (PSD) foi expulso do palco de uma apresentação musical por um integrante do grupo Mainstreet, no último sábado (12), durante o Rep Festival, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

"Se você não gosta dos nossos componentes, não venha ao show, não frequente o rap, tá ligado? Isso é evento de rap. Tem uma pessoa que está ali, todos sabemos quem é, que não gosta do que fazemos. O show vai continuar quando essa pessoa sair do nosso backstage, do nosso palco. Não vou falar nomes para não dar crédito a esse rapaz", disse o integrante do Mainstreet.

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O membro do Mainstreet pediu ao público, que esteve no local no fim de semana para conferir atrações do rap, que repetisse "iIhh, fora! Ihh, fora!" até que o vereador se retirasse do palco. Pelas redes sociais, Gabriel Monteiro afirmou que não é contra o rap e que sofreu "linchamento público" por parte do grupo.

Em 2020, Gabriel foi acusado por Borges, membro do Mainstreet, de expor dados pessoais seus e de sua família. O rapper disse que chegou a sofrer ameaças e temeu pela vida de familiares. A desavença surgiu após a música "Uo*l", na qual em um dos versos Borges afirma que "Gabriel Mo saiu da PM / Agora tá fácil pra fazer na mão".

Em outro trecho da canção política, Borges reclama de quem "Gosta de preto só na internet / Chora pro PM que defende o Bozo / Mas faz brincadeira com a Marielle", em alusão ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e à vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em março de 2018.

"Não sou esse truculento, não sou nada disso que tentaram pintar contra mim. Tentaram jogar milhares de pessoas contra mim no show. Falar que eu divulguei endereços do Borges, isso vai contra os meus princípios, não sou da Polícia Civil e não tenho acesso a dados", disse o vereador, horas depois do show, em suas redes sociais.

Invasões

Em outubro do ano passado, o vereador do PSD foi acusado de invadir o Hospital Municipal Philippe Pinel, na zona sul do Rio de Janeiro, armado e acompanhado de homens vestidos de preto.

Na época, médicos e entidades ligadas à saúde se manifestaram contra a atitude do vereador, que teria tentado criar constrangimento nas equipes médicas que estavam em trabalho. 

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No Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio, há pelo menos seis investigações sobre condutas inadequadas que podem ser entendidas como quebra de decoro parlamentar.

O vereador é conhecido por filmar ações e publicá-las em suas redes para seus seguidores, obtendo assim retorno financeiro com os conteúdos que posta. Ele deixou a Polícia Militar para ser vereador, mas até julho do ano passado tinha escolta policial, que foi suspensa após a Justiça do Rio avaliar que ele usava os agentes para trabalhos fora do escopo parlamentar.

 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda