PASTA DE CULTURA

Cunhado empregado na Embratur não foi único escândalo envolvendo Mario Frias; relembre o caso

Brasil de Fato já havia revelado que assessora de Frias recebeu auxílio emergencial enquanto trabalhava no gabinete

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Frias substituiu a atriz Regina Duarte na Secretaria Especial de Cultura - Valter Campanato/Agência Brasil

Desde o final do ano passado, o cunhado do secretário especial de Cultura, Mario Frias, ocupa um cargo de confiança na Empresa Brasileira de Turismo (Embratur). Ganhando R$ 18,4 mil por mês, o advogado Christiano Camatti é irmão e sócio da esposa de Frias, Juliana Camatti. A informação foi revelada nesta terça-feira (15) pela coluna do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles

Camatti é coordenador de Infraestrutura da Embratur, ligada ao Ministério do Turismo, pasta que também abriga a secretaria chefiada por Frias. O advogado concilia o cargo no governo federal com a gestão da S&C Siderurgia e Metalúrgica, empresa na qual é sócio com a irmã do ator. A empresa fica em Santa Catarina, estado natal dos irmãos, e produz máquinas industriais.

Procurado pelo Metrópoles por telefone, Christiano Camatti negou trabalhar na Embratur. A reportagem afirmou, no entanto, que um porteiro confirmou que ele estava na sede do órgão em Brasília nesta segunda-feira (14). Frias, a Embratur e o Ministério do Turismo foram procurados para esclarecer quais critérios foram utilizados para a nomeação, mas não responderam.

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Assessora de Frias recebia auxílio emergencial 

Mas o caso não é o único escândalo da vida política de Mario Frias. Em fevereiro do ano passado, o Brasil de Fato revelou que uma assessora dele recebeu auxílio emergencial enquanto trabalhava no gabinete de Frias. Segundo reportagem de Igor Carvalho, Marcleidy Cristina Slama da Fonseca Pacheco recebeu quatro parcelas de R$ 600 do benefício, três delas quando era funcionária da pasta, sendo uma em julho e duas em agosto.

Formada em Administração de Empresas, Pacheco era coordenadora geral da Política Nacional de Cultura Viva, do Departamento de Promoção da Diversidade Cultural da Secretaria Especial de Cultura. Ela foi nomeada para o cargo de confiança (DAS 101.4) na pasta chefiada por Mário Frias em 22 de julho de 2020, ganhando R$ 10.373. 

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Quem indicou a contratação de Pacheco foi sua amiga e secretária-adjunta da Secretaria Especial de Cultura, Andrea Abrão Paes Leme, a número dois da Secretaria Especial de Cultura, abaixo apenas de Frias. 

Pacheco teve como última experiência, antes de assumir os cargos na pasta chefiada por Mário Frias, a gestão financeira da Caixa de Evangelização das Assembleias de Deus de Santa Catarina e Paraná (Ceadescp), no município de Itajaí, litoral catarinense. Antes, fazia o controle do fluxo financeiro de uma clínica odontológica.

Na época, a reportagem procurou o Ministério do Turismo, mas não obteve retorno. Mario Frias também não respondeu, mas usou uma rede social para xingar o repórter Igor Carvalho. “Otário”, escreveu o ator, em uma publicação do jornalista no Twitter, na qual citava a matéria sobre Pacheco ter recebido auxílio emergencial. 

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Cunhado de Frias também recebeu benefício 

Camatti, cunhado de Frias, também recebeu auxílio emergencial, mas antes de entrar na Embratur. Segundo a coluna de Lauro Jardim, em O Globo, o advogado e empresário foi beneficiado com R$ 4,2 mil em parcelas do auxílio emergencial pagas entre abril e dezembro de 2020. 

Além dessas denúncias, Mario Frias também enfrenta um pedido de investigação do Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU), por ter gastado R$ 39 mil de dinheiro público em uma viagem a Nova York no final do ano passado. A informação foi também foi revelada pelo jornalista Lauro Jardim. 

Nos Estados Unidos, o ator foi encontrar o o lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie, também apoiador de Jair Bolsonaro (PL), para tratar de uma produção audiovisual. O lutador convidou Frias para apresentar um “projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte", segundo o Portal da Transparência. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho