Conflito

Ucrânia anuncia reunião com russos na Bielorrúsia: "Sem pré-condições"

Quarto dia foi marcado por entrada de russos na segunda maior cidade da Ucrânia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Soldados ucranianos observam movimentação dentro de ônibus de transporte público na capital Kiev. - Foto: Aris Messinis / AFP

O escritório do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou neste domingo (27) uma reunião entre uma delegação russa e outra ucraniana.

De acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia, a agenda foi acertada em conversa entre Zelensky e o presidente da Bielorrússia, Oleksandr Lukashenko e o encontro será nas proximidades do rio Pripyat, perto da fronteira entre os dois países.

"Os políticos [Zelensky e Lukashenko] concordaram com a delegação ucraniana se encontrar com a delegação russa sem pré-condições na fronteira Ucrânia-Bielorrússia, nas proximidades do rio Pripyat. Oleksandr Lukashenko assumiu a responsabilidade por todas as aeronaves, helicópteros e mísseis baseados na Bielorrússia permaneçam durante a passagem, negociações e retorno da delegação ucraniana", disse o Ministério da Defesa da Ucrânia em suas redes sociais.

Antes deste mais recente anúncio ucraniano, Zelensky rejeitava uma reunião na Bielorrússia por conta da participação do país vizinho na invasão. Zelensky havia pedido solidariedade aos bielorrussos alegando que ambos tem ligação histórica "Somos os seus vizinhos. Nós somos ucranianos. Sejam Belarus – e não Rússia!".

Já a Rússia afirma que está disposta a negociar e criticou a resistência dos ucranianos em negociar na Bielorrússia.

Fora do SWIFT

A comissão russa para negociação foi aventada um dia após países decidirem pela retirada de bancos russos do SWIFT, o sistema financeiro global, o que impedirá transações e negociações com a maior parte dos países. Votaram a favor da medida a Alemanha, Estados Unidos, França, Canadá, Itália e Grã-Bretanha. A medida faz parte do terceiro pacote de sanções imposto ações para evitar que o Banco Central da Rússia movimente as reservas internacionais de cerca de US$ 630 bilhões (aproximadamente R$ 3,2 trilhões). "Tomamos medidas decisivas esta noite com nossos parceiros internacionais para excluir a Rússia do sistema financeiro global, incluindo o importante primeiro passo de expulsar os bancos russos do SWIFT. Continuaremos trabalhando juntos para garantir que Putin pague o preço por sua agressão", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.

4º dia de conflito

Bombas e explosões foram ouvidas na capital Kiev, na Ucrânia, na madrugada deste domingo (27). Uma ponte foi destruída perto do município de Bucha, no oeste da cidade. Ainda não se sabe se foi derrubada por bombas russas ou pelos próprios ucranianos para impedir a entrada dos soldados.

O 4º dia de conflito também foi marcado pela entrada do exército russo em Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, onde um gasoduto explodiu. O governador da região, Oleh Sinegubov, afirmou que o controle ainda é ucraniano. 

:: Entenda o que está em jogo na invasão da Ucrânia pela Rússia

O presidente Volodymyr Zelensky informou que a Ucrânia protocolou um processo contra a Rússia no Tribunal Penal Internacional, em Haia, acusando os russos de genocídio. "A Rússia deve ser responsabilizada por manipular a noção de genocídio para justificar a agressão. Nós exigimos uma decisão urgente para pedir que a Rússia pare com as atividades militares agora e esperamos que o julgamento comece na próxima semana".

Sinal fechado para os russos

Vários países fecharam seus espaços aéreos para a Rússia. A mais recente delas é a Noruega, que anunciou a medida na manhã deste domingo. Alemanha, Islândia, Dinamarca e Lituânia, Itália, Polônia e Reino Unido também seguiram a medida. Aviões e companhia aéreas russas não poderão transitar pelos próximos três meses nesses locais. 

Edição: Camila Salmazio