Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

INCANSÁVEL

Morre médica Margarida Barreto, pioneira na denúncia da gravidade do assédio moral no trabalho

“Muito impactante constatar que o trabalho esteja sendo tão duro com as pessoas a ponto de, além dar o sangue e o suor,

03.mar.2022 às 15h06
Paulo Donizetti de Souza
|Rede Brasil Atual

"A pandemia vem acompanhada de uma desinformação acentuada. O próprio governo não se cansa de destruir direitos. Eu não sou otimista frente ao pacto de silêncio que se formou e as pessoas aceitam" - Gustavo Morita/Divulgação

Morreu, nesta quinta-feira (3), a médica e pesquisadora Margarida Maria Silveira Barreto, professora do curso de Pós-graduação em Medicina do Trabalho da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. E conhecida no meio científico e sindical por seu pioneirismo nos estudos que identificaram e conceituaram o assédio moral no trabalho.

Doutora em Psicologia Social e integrante pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais de Exclusão e Inclusão Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a médica foi também precursora dos estudos sobre assédio sexual. Assim, ajudou a identificar o impacto das diversas formas de assédio na vida dos trabalhadores.

:: Nas ruas de São Paulo, 88% das mulheres relatam aumento do assédio e da violência ::

Margarida lutava há mais de um ano contra um câncer no estômago. Mas, imunodepressiva, acabou perdendo a energia para prosseguir o tratamento ao contrair o coronavírus no início deste ano. O que torna este 3 de março particularmente um dia de grandes perdas para a ciência brasileira, já que morreu também o físico Luiz Pinguelli Rosa.

Leia mais: Ex-presidente da Eletrobras Luiz Pinguelli Rosa morre, aos 80 anos, no Rio

“Para nós foi muito impactante constatar que o trabalho nos últimos anos esteja sendo tão duro, exigindo tanto, e que as pessoas estejam tão sobrecarregadas a ponto de, além dar o sangue e o suor, dar a vida em determinados casos”, afirmou Margarida em entrevista à Revista do Brasil de junho de 2011.

“Falta um pouco de amor, de respeito e de fraternidade”, dizia a médica. E não apenas no ambiente propriamente de produção laboral, mas até dentro dos espaços sindicais, das ONGs, entre outros relacionados ao mundo do trabalho. “Falta também o indivíduo ver o outro como um igual em direitos.” Na ocasião, a médica participou da publicação do estudo Do Assédio Moral à Morte de Si – Significados Sociais do Suicídio no Trabalho.

“Combater a violência é uma longa luta. Mas aprendemos que a única luta que se perde é aquela que se abandona” (Margarida Barreto)

O trabalho resultou de uma pesquisa com 400 trabalhadores das indústrias químicas de São Paulo em 2010. Para se ter ideia da gravidade das pressões e humilhações decorrentes do assédio moral, cerca de 71% dos entrevistados declaravam já não sentir prazer no exercício do trabalho.

Além disso, 27% diziam ter ideias suicidas relacionadas ao trabalho. Ou seja, quase três em cada 10 trabalhadores­ já pensaram em dar fim à vida motivados por condições a que são submetidos.

A organização do livro é assinada também por por Lourival Batista Pereira, então coordenador da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, e pelo psicólogo Nilson Berenchtein Netto, mestre em Psicologia Social pela PUC-SP.

Durante a pandemia de covid-19, Margarida Barreto prosseguiu atualizando seus estudos, identificando uma nova forma de hostilidade aos trabalhadores. Segundo ela, a forma negligente com que governos e empresas abordaram a gravidade da situação criou um ambiente de resignação e passividade, formando, assim, um “pacto de silêncio” que contaminou toda a sociedade.

“Vivemos uma crise econômica sem precedentes. Crise política profunda e sanitária devastadora. A pandemia vem acompanhada de uma desinformação acentuada. As decisões políticas são influenciadas pelo ambiente social. O próprio governo não se cansa de destruir direitos. Eu não sou otimista frente à passividade e ao pacto de silêncio que se formou e as pessoas aceitam”, disse, durante live realizada pela Agência Sindical em setembro de 2020. Assim, na ocasião, ela reiterava a importância de as empresas abrirem os olhos.

Margarida escreveu também, com Roberto Heloani, Assédio Moral – Gestão por Humilhação (Juruá, 2018). Seu trabalho precursor na área é Violência, Saúde e Trabalho. Uma Jornada de Humilhações (Educ, 2003). 

“É importante ficarmos atentos a essa cultura que desestimula, critica ou humilha, porque o assédio moral pode levar à morte. Existe um medo muito grande da demissão. A pessoa faz tudo pra se manter no emprego”

Ao mesmo tempo, reforçava a importância de os sindicatos terem sua estrutura atuante na defesa da saúde do trabalhador. “Quando o trabalhador procura o sindicato é necessário que seja ouvido. O sindicato deve cuidar daquele caso, mas buscar conhecer o contexto da empresa. Sindicato deve ter médico que possa conversar com o trabalhador. Este precisa passar com um médico do trabalho, de preferência que tenha experiência em psiquiatria.”

Leia também: Nossos Direitos | Mecanismos de proteção à saúde do trabalhador

A médica Maria Maeno, também incansável ativista da ciência em defesa da saúde no ambiente do trabalho, lamenta a perda da companheira. “Minha vida ganhou mais sentido por ter tido a oportunidade de ter conhecido Margarida Barreto”, afirma.

“Nossos caminhos se cruzaram várias vezes e nosso último encontro presencial foi numa atividade na Zona Norte de São Paulo, com mulheres da União Brasileira de Mulheres. Virtualmente conversamos algumas vezes nesse período e ela sabia de sua condição difícil. Perdemos uma pessoa maravilhosa. Porque apesar de tudo o que temos testemunhado, tinha fé no ser humano. Margarida sempre presente!”, acrescentou.

Uma de suas persistentes causas era conscientizar os trabalhadores para que denunciassem as práticas do ambiente laboral que desestruturavam suas vidas. “Combater a violência é uma longa luta. Mas aprendemos que a única luta que se perde é aquela que se abandona”, dizia. Coerente, Margarida Barreto nunca abandonou sua luta.

Legado

O Sindicato dos Químicos de São Paulo enaltece a contribuição de Margarida Barreto para a causa do movimento sindical. “Margarida foi pioneira nos estudos sobre assédio moral e sexual no país, portanto deixa importante legado de pesquisas nessa área. Neste sindicato, exerceu por muitos anos a função de médica do trabalho. Desse modo, sua generosidade, carinho e acolhimento com trabalhadores da base, funcionários e diretoria, serão sempre lembrados. Nossa solidariedade aos amigos e parentes e nosso eterno agradecimento por sua incansável contribuição ao movimento sindical. Margarida presente!”, diz o coordenador-geral do sindicato, Hélio Rodrigues.

“Conheci a Margarida Barreto nos anos 1990. Ela estava ainda iniciando um projeto de pesquisa sobre assédio moral no trabalho. Foi quando propôs incluir o Sindicato dos Químicos de São Paulo na pesquisa”, lembra o diretor do sindicato Osvaldo Bezerra, o Pipoka, que era secretário de Saúde da entidade à época. “Margarida foi mais do que uma profissional de saúde, pois foi fundamental na luta para conceituar e caracterizar o assédio moral como doença do trabalho. Graças a seus estudos e pesquisas, o sindicato conseguiu fazer esse debate junto às organizações patronais. E desse modo, garantir aos trabalhadores o direito de se defender circunstâncias nocivas antes desconhecidas e negadas pelos os patrões”, afirma.

Conteúdo originalmente publicado em Rede Brasil Atual
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Trânsito

Justiça atende Prefeitura de São Paulo e impede mototáxis na cidade

Estreia em SP

‘Não faria essa peça se Bolsonaro fosse reeleito’, diz Gregório Duvivier; ator estreia ‘O céu da língua’ em SP

QUASE UM MÊS

Em greve há quase um mês contra presença dos EUA e piora nas aposentadorias, panamenhos enfrentam repressão do governo

LUTA SALARIAL

Servidores de Guarulhos (SP) mantêm greve contra reajuste de 2% proposto por prefeito do PL

CEGUEIRA AMBIENTAL

Apatia climática: um ano das enchentes no Rio Grande do Sul

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.