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FUTEBOL

Artigo | O futuro chegou, gauchada!

"Estamos pagando o preço das escolhas que fizemos. Seria ingenuidade presumir que o futebol ficasse imune"

04.mar.2022 às 16h53
Porto Alegre
Ayrton Centeno

"Suspeito que as derrotas de Grêmio para um time da 3ª divisão e do Inter para um da 4ª na Copa do Brasil nos informam algo que transcende o mero placar" - Reprodução

Vou sair da minha bolha e me atrever a dar um pitaco além dos meus tamancos. Suspeito que as derrotas de Grêmio para um time da 3ª divisão e do Inter para um da 4ª na Copa do Brasil nos informam algo que transcende o mero placar. É mais do que um fracasso retumbante e fraternalmente compartilhado.

É a decadência do Rio Grande Velho Sem Porteira batendo à porta de um segmento que, até agora, brincava de cabra-cega, destoando da vida real. Senão, vamos ver: nos emburacamos na economia faz tempo e a carência de dindim tem repercussões óbvias na saúde dos clubes, no bolso dos sócios e na formação das equipes. Era até impressionante, diante do crescimento da indústria gaúcha no modo rabo de cavalo, que a dupla pagasse salários milionários ou remodelasse seus estádios como aconteceu. O Grêmio fez mais. Construiu sua arena em meio à penúria. 

Nos últimos anos, os títulos do Grêmio, o mundial do Inter e as boas participações de ambos na Libertadores contrastavam com o apequenamento do Rio Grande sob Rigottos, Yedas, Sartoris e Leites, todos mais do mesmo, com a mesma e única obsessão de fazer caixa e vender o Estado. De cócoras, o Rio agachou-se ainda mais.

Todos sem grandeza e ousadia, incapazes de enxergar além do catecismo neoliberal que chamou o fascismo de “meu bem” e destruiu democracias mundo afora. Politicamente, levamos estas figuras opacas e midiáticas ao poder convencidos por uma mídia sanguessuga e hegemônica, ela própria decaída – alguma coisa boa tem que sair da catástrofe, afinal. São governos que obraram do começo ao fim, mas terminaram sem obras. Gestões desastrosas das quais o Rio Grande sempre saiu menor do que entrou. 

Demos um passo adiante no ridículo e mandamos para Brasília um punhado de disparates. O mesmo fizemos na assembleia estadual, corroída por rutilantes mediocridades. Perdemos presença nacional, exceto pelo grotesco. Estupidamente, aceitamos e incentivamos o apalhaçamento da política.

Do ponto de vista social, nosso embrutecimento veio à tona em muitos momentos. No espancamento de professoras diante do Palácio Piratini no período Yeda. Lembram? Foi quando a Brigada Militar sob o comando do bravo coronel Mendes e o poder dos cassetetes, lavou em sangue o rosto daquelas mulheres que orientam nossos filhos e netos nos primeiros passos para viver em sociedade. Mendes saiu de lombo liso da sua cruzada. Em vez de punição, ganhou uma sinecura. Começávamos, ali, a naturalizar o brutalismo como regra do convívio social.

Também, quando da passagem da caravana de Lula pelo Rio Grande, gaúchos já infectados pelo agente letal que grassaria na pandemia cívica de 2018, contribuíram para aquela página vergonhosa da história, agredindo a relhaços os participantes da jornada. Em Bagé, o prefeito Divaldo Lara fez o elogio da violência, argumentando que sua cidade era de “pessoas de bem” e não tolerava corruptos. É exatamente o mesmo Lara punido agora – com seu irmão deputado – por decisão do TSE devido à lambanças eleitorais. 

A mídia, provinciana ao nível da caricatura, exalta os números do agronegócio guasca, como se a vocação do estado fosse se tornar uma grande estância. Nem mesmo se presta para defender a existência do CEITEC, o maior centro de produção de chips da América Latina, criado no governo Lula e que a dupla Bolsonaro&Guedes quer liquidar. Uma imprensa que não luta para proteger o CEITEC quando há escassez mundial de semicondutores, essenciais para a produção de smartphones, faz um jornalismo de vassalagem.   

Encolhemos no trato interpessoal. Cevou-se a grosseria, a intolerância, a cretinice. A degradação – política, econômica, tecnológica, cultural, social e, claro, moral – incluiu direito à perseguição de professores, ao avanço do racismo, da homofobia, da misoginia, da xenofobia e, como cereja do bolo, a uma eclosão de células neonazistas. 

Estamos pagando o preço das escolhas que fizemos. Seria ingenuidade presumir que o futebol, em tal conjuntura, ficasse imune. Não quero inocentar cartolas, treinadores, jogadores atuais ou anteriores. Mas o futebol não dispõe de um cordão sanitário para livrá-lo permanentemente dos males do seu entorno. Só existe porque existe uma determinada sociedade que o implanta e pratica e aprecia. Se esta sociedade apodrece, ele também apodrecerá.

O futuro chegou, gauchada. Te cuida, Íbis!

* Jornalista, trabalhou, entre outros, em veículos como Estadão, Veja, Jornal da Tarde e Agência Estado. Documentarista da questão da terra, autor de livros, entre os quais "Os Vencedores" (Geração Editorial, 2014) e “O Pais da Suruba” (Libretos, 2017). Editor do Jornal Brasil de Fato RS.


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Editado por: Katia Marko
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