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Rússia discute lei para estatizar empresas que deixarem o país; Kamala Harris visita Polônia

Putin anuncia apoio a projeto de estatização de empresas e outros acontecimentos do conflito

São Paulo (SP) |

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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em frente a uma tela que exibe o presidente russo, Vladimir Putin, discursando em sua coletiva de imprensa anual. - NATALIA KOLESNIKOVA / AFP

Um projeto de lei em discussão na Rússia prevê que as empresas que deixem o país poderão ser nacionalizadas. A proposta é do Ministério da Economia e deve ser votada no legislativo nos próximos dias e obteve nesta quinta-feira (10) o apoio público do presidente Vladimir Putin.

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Após a Rússia invadir a Ucrânia, mais de 330 empresas anunciaram que pretendem abandonar o país, de acordo com levantamento da Universidade de Yale. A lista incluí multinacionais como Microsoft, Coca-Cola, McDonald's e Starbucks.

Em reunião ministerial nesta quinta, Putin afirmou que o país precisava agir "decisivamente" e “introduzir a gestão externa e depois transferir esses empreendimentos para aqueles que querem trabalhar”.

A decisão sobre a estatização passaria também por decisão do judiciário russo. Os proprietários teriam cinco dias para retomar as atividades ou vender sua participação.

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Vice-presidente dos EUA vista Polônia

Após um impasse envolvendo a doação de caças poloneses para a Ucrânia, a vice-presidenta dos EUA, Kamala Harris, visita a Polônia nesta quinta e encontrou o presidente Andrzej Duda.

"Quero ser muito claro. Os Estados Unidos e a Polônia estão unidos no que fizemos e estão preparados para ajudar a Ucrânia e o povo da Ucrânia —ponto final", disse Harris, que anunciou a doação de dois sistemas de mísseis de defesa Patriot aos europeus.

No início da semana, a Polônia ofereceu doar gratuitamente seus caças soviéticos MiG-29 para a Ucrânia e pediu aos Estados Unidos "aeronaves usadas com capacidades operacionais correspondentes".

O Pentágono rejeitou a iniciativa por conta de "complexidades" e por não ser "sustentável" por poder indicar uma possível intromissão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na guerra.

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ONU diz que Rússia já bombardeou 3 hospitais ucranianos, diz ONU

O chefe do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) na Ucrânia, Jaime Nadal, afirmou que os russos já atacaram outros dois hospitais pediátricos além do bombardeado em Mariupol.

"Em Zhytomyr, a maternidade foi totalmente destruída. Em Saltivsky, na cidade de Kharkiv, a maternidade também foi destruída", disse Nadal em coletiva.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, compartilhou imagens de um hospital danificado, que afirmou ser em Mariupol, e acusou o Kremlin de crimes de guerra.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, apresentou a versão de Moscou para o incidente em Mariupol após reunião que terminou sem acordo com seu homólogo ucraniano.

“Esse hospital foi retomado há tempos pelo batalhão [neonazista] de Azov e por outros radicais”, declarou o chanceler russo. “Todas as mulheres que iam dar à luz, todas as enfermeiras e todo pessoal de apoio haviam sido expulsos”.

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Ex-chanceler alemão encontrará Putin

O ex-chanceler alemão Gerhard Schröder (1998-2005) está em Moscou para encontrar Putin e tentar mediar um esforço de paz, mas não há mais informações sobre o resultado da conversa.

"A Ucrânia queria ver se Schröder poderia construir uma ponte para o diálogo com Putin", afirmou uma das fontes com conhecimento da agenda ouvida pelo site Poltico, que revelou a notícia.

Schröder tem cargos no conselho de importantes empresas estatais de energia da Rússia como Rosneft e Gazprom.

Edição: Rodrigo Durão Coelho