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É hora de liberar o uso de máscaras? Entenda no Programa Bem Viver

Desigualdade regional na imunização e baixa cobertura vacinal de crianças e de adultos com terceira dose acendem alerta

Ouça o áudio:

Contrato do Ministério da Saúde com companhia de Hong Kong envolve 200 milhões de máscaras cirúrgicas, além de 40 milhões de máscaras KN95 - Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC
Uma coisa que é desobrigada pode seguir sento altamente recomendada

Em todas as regiões do país, governos estaduais e municipais vem derrubando a obrigatoriedade do uso de máscaras, em especial em locais abertos, com a justificativa do avanço da vacinação e de um possível controle da pandemia. Mas, essa decisão é a mais segura neste momento? Para biomédica e neurocientista Mellanie Dutra, a resposta é não.

Em conversa com a edição de hoje (11) do Programa Bem Viver, a cientista, que integra o time Halo, iniciativa da ONU para combate a pandemia, pontuou que o Brasil ainda mantém um cenário de preocupação sobre a covid-19, com patamares muito elevados de transmissão e mortes pela doenças – na média de 50 mil novos casos por dia pelo menos 500 óbitos nos últimos dias.

Além disso, ela chama a atenção para a desigualdade na cobertura vacinal pelo país, que tem bolsões com menores índices de imunização, para a reduzida vacinação pediátrica e para a necessidade urgente de ampliar a aplicação da terceira dose dos imunizantes.

“Vejo estas decisões com muita preocupação, porque podem gerar impactos sobre transmissão do vírus”, diz Mellanie. “Uma coisa que é desobrigada pode seguir sento altamente recomendada. A gente precisa lembrar que, dependendo do ambiente, eu preciso somar camadas de proteção. Em ambientes fechados as máscaras são muito recomendadas. Em ambientes abertos mas com aglomerações as máscaras também.”

Fome no Brasil

A acentuada carestia no preço dos alimentos, fato que acompanha o Brasil em diversos momentos da sua História, tem intensificado o problema da fome no país. Atualmente, pelo menos 19 milhões de pessoas não tem comida garantida no dia e metade da população está em estágio de insegurança alimentar.

Para entender esse cenário, o reportagem do Brasil de Fato ouviu pesquisadores e atores políticos que atuam no combate à fome. Eles reforçam que os fatores que agravam o problema hoje são, em grande parte, os mesmos enfrentados ainda do período colonial.

Trata-se de uma política focada na exportação da produção agrícola – hoje chamada de commodities – enquanto os alimentos consumidos pela população são postos em segundo plano.

Durante os governos petistas, em especial entre 2010 e 2014, o país chegou a alterar essa marca e foi reconhecido pela ONU como campeão no combate a fome. Em menos de cinco anos, no entanto, essa tendência mudou e os números da fome no Brasil voltaram a aumentar.

Maria Firmina dos Reis

O Bem Viver presta uma homenagem ao bicentenário da escritora considerada a primeira romancista brasileira: Maria Firmina dos Reis, nascida há exatos 200 anos. Natural de São Luís, no Maranhão, ela quebrou paradigmas desafiando imposições racistas e misóginas da época e, além de escritora, se tornou professora e jornalista, escrevendo em principal sobre a pauta abolicionista.

Mulher, pobre e negra, Maria Firmina entrou em contato com a literatura quando se mudou para a casa de uma tia com melhores condições financeiras, na Vila de São José de Guimarães, também no Maranhão, em 1830, aos 8 anos de idade.

A obra “Úrsula”, escrita por Firmina, foi o primeiro romance brasileiro de um autor afro-descendente e um dos primeiros escritos por uma mulher. Também é um marco como o primeiro livro brasileiro a se posicionar contra a escravidão, tomando como porto de partida as vivências dos próprios escravizados.

Em São Luís, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) homenageou a escritora dando seu nome ao Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis, um espaço cultural e político dedicado à divulgação, comercialização, formação e troca de experiências de trabalhadores rurais.


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Edição: Sarah Fernandes