NÃO PARA DE SUBIR

Inflação é a maior desde 2015 com alta de alimentos, aluguel, educação e energia

Índice oficial de inflação no país, IPCA acumula 10,54% em 12 meses. E o INPC sobe ainda mais: 10,80%

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Consumidor sente todos os dias o aumento nos preços: inflação mantém ritmo de alta - AFP

A inflação oficial no país continua em trajetória de alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou a maior taxa de inflação para fevereiro desde 2015: 1,01%. Agora, soma 1,56% no ano e 10,54% em 12 meses. Em 13 das 16 áreas pesquisadas, o índice atinge dois dígitos, passando de 13% na Grande Curitiba. Alimentos, educação, aluguel e energia estão entre os itens que mais se destacaram no mês passado. O INPC sobe ainda mais e chega a 10,80%. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (11) pelo IBGE.

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Todos os grupos pesquisados para o cálculo da inflação tiveram alta em fevereiro. Educação subiu 5,61%, com impacto de reajustes praticados no início do ao letivo. O item cursos regulares, com aumento de 6,67%, teve impacto de 0,28 ponto percentual no índice geral. O IBGE apurou elevações médias de 8,06% no ensino fundamental, 7,67% na pré-escola e 7,53% no ensino médio. Já os cursos de ensino superior e pós-graduação subiram 5,82% e 2,79%, respectivamente. E os de idioma aumentaram 7,29%.

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Alimentos e lanche mais caros

Já o grupo Alimentação e Bebidas, que subiu 1,28% no mês, teve a influência de produtos para consumo no domicílio (1,65%), informa o IBGE. O instituto cita, entre outros, batata inglesa (23,49%) e cenoura (55,41%). Esse item variou de 39,26% (Grade São Paulo) a 88,15% (Vitória). As frutas tiveram aumento médio de 3,55%. Entre as quedas, frango inteiro (-2,29%) e em pedaços (-1,35%).

Os alimentos para consumo fora do domicílio tiveram aumento médio de 0,30%, principalmente por causa do lanche: 0,85%. O preço da refeição ficou praticamente estável (0,02%). Na quarta-feira (9), o Dieese reportou mais uma alta generalizada dos produtos que compõem a cesta básica.

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Combustíveis não sobem

Em Transportes (0,46%), o IBGE destaca o item automóveis novos, com aumento de 1,68% e impacto de 0,05 ponto na taxa geral de inflação em fevereiro. Foi a 18ª alta seguida. Automóveis usados (1,51%) e motocicletas (1,72%) também subiram de preço, além de seguro (3,24%) e conserto (0,92%). Com reajustes em várias regiões, o custo com ônibus urbano subiu 0,45%, em média. A corrida de táxi também aumentou (0,88%), com reajuste no Rio de Janeiro.

Desta vez, os combustíveis não pressionaram a inflação, com variação de -0,92%, terceira queda seguida. É preciso, agora, aguardar o comportamento dos preços, com o novo reajuste anunciado ontem pela Petrobras. O preço médio do etanol caiu 5,04% em fevereiro, segundo o IBGE, enquanto o da gasolina recuou 0,47%. O instituto registrou aumento do óleo diesel (1,65%) e do gás veicular (2,77%).

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Aluguel e condomínio em alta

Em Habitação (0,54%), destaque para aluguel residencial (0,98% de alta) e condomínio (0,83%). Esses itens tiveram impacto de 0,04 e 0,02 ponto, respectivamente. A energia elétrica, que havia caído em janeiro, subiu 0,15%. Também aumentaram a taxa de água e esgoto (0,65%) e o gás encanado (0,45%).

Eletrodomésticos e equipamentos subiram 3,18% e itens de mobiliário, 2,43%. E acumulam altas de 17,85% e 18,31% em 12 meses. Esses dois, que integram o grupo Artigos de Residência (1,76%), tiveram impacto de 0,03 ponto cada.

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Todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. A maior taxa do IPCA foi apurada no município de São Luís (1,33%) e a menor, na região metropolitana de Porto Alegre (0,43%). Em 12 meses, o índice vai de 8,37% (Belém) a 13,17% (Curitiba). Na Grande São Paulo, soma 10,26%.

INPC

Referência em negociações salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também teve a maior alta para fevereiro desde 2015: 1%. Com isso, soma 1,68% no ano e 10,80% em 12 meses.

Segundo o IBGE, os produtos alimentícios subiram 1,25%, ante 1,08% em janeiro. Já os não alimentícios foram de 0,54% para 0,92%.