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Eleições 2022

Requião: ''Entro no PT como se entrasse em um movimento''

Pré-candidato ao governo do Paraná, Requião terá sua ficha filiação assinada por Lula em ato na próxima sexta

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Ao Programa Quarta Sindical, Requião diz que deseja promover a recuperação do Paraná e do Brasil. - Gibran Mendes

 

Roberto Requião selou sua entrada no Partido dos Trabalhadores (PT), conforme a reportagem do Brasil de Fato Paraná havia antecipado no último dia 11. Convicto da necessidade de construir um espaço de unidade programático para disputar as eleições de outubro, o pré-candidato ao Palácio do Iguaçu foi entrevistado pelo programa Quarta Sindical, parceria entre a CUT-PR e o BdF-PR. A live, que teve o tema ''Requião no PT - O que muda para os(as) trabalhadores(as)?'', teve também a presença do deputado federal e ex-secretário de Planejamento, Ênio Verri (PT-PR). Durante quase 50 minutos, o ex-senador falou sobre sua filiação ao PT, a construção da federação partidária que reúne PT, PCdoB e PV, e fez um balanço dos governos Ratinho Jr e Jair Bolsonaro, além de analisar a conjuntura política e econômica do estado e do país. 

FILIAÇÃO AO PT 

Há um ano, se perguntassem ao ex-governador se ele vislumbrava a possibilidade de sair do seu então ''MDB Velho de Guerra'' provavelmente a resposta seria negativa. Por mais de 30 anos na legenda, que o possibilitou chegar ao governo do Paraná por três mandatos, e ainda exercer os cargos de prefeito de Curitiba e senador da República, Requião viu sua trajetória partidária mudar de rumo após perder as eleições para o diretório estadual para o deputado estadual Anibelli Neto, e sair da legenda. Passados sete meses de negociação e convites de algumas siglas, como o Partido Socialista Brasileiro, Partido Verde, Rede, PCdoB e o Solidariedade, o destino foi mesmo o PT. “O PT foi meu parceiro nos meus governos, em todos eles. O Ênio Verri sabe, foi meu secretário de planejamento”, citou o ex-governador. 

Com as federações como novidade em um mundo político preocupado com a cláusula de barreira (mecanismo que obriga os partidos políticos a alcançarem quociente eleitoral mínimo para continuar tendo tempo de TV e fundo partidário), o ex-presidente Lula apostou na unificação de seu partido com outros do campo da centro-esquerda, tais como PCdoB, PV e o PSB. Este último, deveria ser o destino de Requião, contudo, após a confirmação de que os socialistas não estariam na federação partidária com o PT, o ex-governador bateu o martelo em sua entrada no partido. “Entro nesse PT como quem entra em um movimento. Faço aqui um discurso semelhante ao de Lula, estamos polarizados, de um lado os entreguistas que entregaram o petróleo, a soberania, e que massacram os trabalhadores. Estamos entrando no PT, mas sobretudo, na federação para promover um movimento de recuperação do Paraná e do Brasil'', refletiu Requião. 

 

BATALHA ELEITORAL

Sobre a situação do estado, Requião foi incisivo nas críticas ao atual governador, Ratinho Jr, reconhecendo as dificuldades que terá pela frente, o petista reiterou que apresentará um programa de recuperação do estado que se contraponha ao atual modelo. “Você sabe que este ano eles estão gastando mais de 161 milhões de reais em propaganda, eles têm 104 outorgas de antenas de rádio no Paraná, algumas estações de televisão, e com esse dinheiro eles dominam as TVs (...) Nós tínhamos mais de 320 programas sociais, atendendo às necessidades da população, eles não têm nada. Eles simplesmente apresentam como grande vitória a privatização da Copel Telecom. Eles só pensam em negócio”, criticou. 

“Nós estamos em um jogo duro, mas apresentaremos uma proposta factível, mas iremos apresentar mais ou menos o que já fizemos nos governos anteriores, em que tivemos mais de 83% de apoio”, completou. 

Requião terá sua ficha de filiação assinada pelo ex-presidente Lula em Curitiba, na próxima sexta-feira, 18, em um ato com a militância do PT e de partidos da federação, à partir das 19h30.

 

 

Edição: Ana Carolina Caldas