O ex-procurador do Ministério Público Federal e coordenador da extinta Operação Lava Jato (finalizada pelo atual Procurador-Geral da República, escolhido pelo presidente que a própria força tarefa ajudou eleger) Deltan Dallagnol (Podemos), foi condenado pela 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no dia 22 de março, a pagar R$ 75.000 em indenização por dano moral ao ex-presidente e pré-candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A tentativa de criminalização do ex-presidente pela Operação Lava Jato, atribuía a ele o comando da corrupção instalada na Petrobras, que teria promovido a destruição da empresa, aumento do preço dos combustíveis e etc.
Proponho, assim, um exercício de comparação, entre a Petrobras antes da Lava Jato e a Petrobras após os impactos da Lava Jato em relação ao preço dos combustíveis e às condições de vida do povo, levando em conta o valor da indenização que o ex-procurador terá de pagar à Lula.
Com isso, faremos um paralelo em relação a quantos litros de gasolina e quantos botijões de gás de cozinha poderiam ser comprados. No aspecto da temporalidade, usaremos como referência o ano de 2008, quando ocorreu a maior crise econômica desde a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929. Além do momento de crise econômica, o ano de 2008 foi marcado pelo pico do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Vejamos então:
Produtos |
Ano 2008 |
Ano 2022 |
Preço barril petróleo (U$S) |
140,00 |
120,00 |
Preço gás cozinha (13kg) |
40,00 |
150,00 |
Preço gasolina (litro) |
2,50 |
7,50 |
Se levarmos em conta os R$ 75.000 da condenação sofrida por Deltan Dallagnol, podemos calcular e quantificar quanto esse valor representa em 2022 e quanto representava em 2008.
Vejamos:
Produto |
Ano 2008 |
Ano 2022 |
Gás (13kg) |
1.875 (botijões) |
500 (botijões) |
Litros de gasolina |
30.000 (lts) |
10.000 (lts) |
É evidente o abismo entre o que a Lava Jato prometia e o que ela entregou, em relação a projeto de país. Fica evidente que a principal intenção era tirar Lula da disputa presidencial de 2018. Afinal de contas, o golpe de 2016 contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, pavimentado pela Lava Jato, visava a destruição da Petrobras como indutora do desenvolvimento do país e sua entrega aos interesses do grande capital.
Não por acaso o fatiamento e a privatização da BR Distribuidora, da Transpetro, a insistência em privatizar as refinarias, associado a uma política de preços submissa ao mercado internacional que tem elevado o preço dos combustíveis a níveis exorbitantes e inadmissíveis, levada a cabo pelo desastroso desgoverno de Bolsonaro.
Deltan deve agora R$ 75.000,00 a Lula, mas é incalculável e inestimável o que ele, e todo o espectro lavajatista (toda força tarefa, mídia corporativa, empresariado e políticos tradicionais, associados ao imperialismo), devem ao povo brasileiro e à soberania nacional, depois de imporem a população uma violenta deterioração das condições de vida e a desestruturação econômica, especialmente industrial.
Edição: Pedro Carrano