Após dois anos de pandemia, protestos voltam a ser presenciais
O Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do país, teve início hoje (4) e segue até dia 14, retomando as atividades presenciais depois de dois anos, devido a pandemia de covid-19.
Pelos próximos dez dias, milhares de indígenas vão ocupar uma área próxima ao Congresso Nacional, em Brasília, para cobrar ações e políticas para os povos originários, em especial a demarcação de terras.
A edição de hoje do Programa Bem Viver conversou com uma das organizadoras do movimento, a indígena Kerexu Yxapyry, liderança do povo Guarani em Santa Catarina. Na conversa ela comentou sobre a origem do Acampamento Terra Livre, que começou em 2004, e sobre as mobilizações para este ano.
Vale lembrar que em 2021, indígenas organizaram o Acampamento Luta Pela Vida, que reuniu centenas de pessoas de diferentes etnias em Brasília. O objetivo era pressionar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal a votarem contra pautas que ameaçavam povos originários.
Saúde nos presídios
Superlotação, ausência de médicos e falta de água. Esta é parte da dura realidade dos presídios de São Paulo durante a pandemia.
As denúncias foram reunidas no relatório “Inspeções em Presídios Durante a Pandemia de Covid-19”, lançado na última (1) sexta-feira pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. O documento traz uma série de dados sobre as condições de saúde dos detentos.
Segundo a Defensoria, houve uma omissão proposital por parte do governo do estado para deixar de combater a covid nestes espaços. Só no primeiro ano da pandemia, segundo o relatório, o governo paulista reduziu o orçamento para atendimento à saúde nas prisões em R$ 14 milhões de reais.
Foram registradas 80 mortes e mais de 15 mil casos de covid-19 dentro de presídios no estado. Além da covid, foram registrados também escassez de água potável e até a presença de pragas que transmitem doenças.
Mulheres na literatura
Se você for a uma livraria em qualquer região do Brasil, certamente a maioria das publicações expostas serão de autoria de homens brancos.
Apesar de diversas livrarias tentarem romper essa constante e priorizar autoras, apenas 30% das publicações do mercado editorial brasileiro são de mulheres. As autoras negras e indígenas são ainda mais invisibilizadas.
Para especialistas, a explicação é o machismo e o racismo, que se apresentam em diversas formas na sociedade, inclusive na publicação de livros.
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Edição: Sarah Fernandes
