O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) se reúne nesta segunda-feira (4) com os membros do Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores da capital para analisar as novas denúncias contra o vereador Gabriel Monteiro (sem partido). Em uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, no domingo (3), três mulheres acusaram Gabriel de estupro.
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Na semana passada, o Conselho de Ética havia decidido, por 5 votos a 2, não abrir nenhuma representação contra Gabriel Monteiro e aguardar que a polícia e o MP-RJ enviassem provas para embasar uma eventual abertura de pedido de cassação de mandato. A comissão volta a se reunir nessa terça-feira (5) já com mais elementos e novas acusações contra o vereador.
Membro do Conselho de Ética, o vereador Chico Alencar (Psol) disse que há iniciativas urgentes a serem tomadas por autoridades de diversas instâncias. Uma delas é a proteção das depoentes pelo Estado. Outras são a abertura de uma ação civil pública pelo MP-RJ e o prosseguimento de investigações criminais e cíveis já em curso contra Gabriel.
A bancada do Psol na Câmara dos Vereadores informou que apresentará esta semana um Projeto de Lei "para proibir que parlamentares ganhem dinheiro (monetização) com a veiculação, nas suas redes particulares, de montagens cênicas relativas às atividades inerentes ao seu mandato público (forjar situações, induzindo ou comprando pessoas ingênuas a atos e falas orientadas já é crime)".
Gabriel Monteiro é acusado de forjar cenas com o auxílio de funcionários em situações que envolvem crianças e pessoas em situação de rua. Em duas situações, mostradas em vídeos que passaram a circular nas redes sociais, o vereador ou seus funcionários abordam uma menina que agradece a Gabriel pelo lanche comprado em uma praça de alimentação e em outra um morador de rua é convencido a simular um furto.
Na semana passada, o movimento Sleep Giants Brasil, que se posiciona contra a disseminação de discurso de ódio e "fake news" na internet, iniciou a campanha #DesmonetizaGabrielMonteiro para pressionar empresas que destinam patrocínio às páginas do vereador a interromperem os recursos.
Antes que as acusações a partir dos vídeos viessem à tona, há duas semanas, Gabriel já era alvo de denúncias protocoladas em 2021 no Conselho de Ética da Câmara. Os processos não tiveram nenhum andamento desde então e alguns se referem às incursões não autorizadas do vereador em hospitais públicos e acusações de ameaça.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda