Nesta segunda

Ronda política | Lula quer tirar 8 mil militares de cargos comissionados; Leite cogita ser vice

Em encontro com integrantes da CUT, o ex-presidente pediu reação contra discursos bolsonaristas

Brasil de Fato | Cataguases (MG) |
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente - Pablo Vergara

O ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que será lançado como candidato à Presidência da República pelo PT, se reuniu com integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), nesta segunda-feira (4). Na ocasião, o petista afirmou que, caso seja eleito, pretende demitir quase 8 mil militares que atualmente ocupam cargos comissionados no governo de Jair Bolsonaro (PL). 

“Vamos ter que começar o governo sabendo que vamos ter que tirar quase 8 mil militares que estão em cargos de pessoas que não prestaram concurso. Vamos ter que tirar. Isso não pode ser motivo de bravata, tem que ser motivo de construção" disse Lula. 

Essa, no entanto, não foi a única vez em que o ex-presidente demonstrou insatisfação com o espaço obtido pelas Forças Armadas no governo Bolsonaro. Na última semana, ele chegou a afirmar que “o Exército não serve para a política” e que deveria para servir para “proteger a fronteira e o país de ameaças externas”.

Já nesta segunda, aos integrantes da CUT, Lula revelou que prevê uma “eleição complicada” contra Bolsonaro, mas que é “uma guerra que pode ser ganha”. Ele pediu reação unificada dos trabalhadores contra pautas bolsonaristas. “Se a gente não mudar o Congresso, será muito difícil a gente fazer o que a gente quer”, declarou.

O petista também afirmou que para se eleger não poderá recorrer apenas ao que fez quando estava no poder e acrescentou a necessidade de apresentar um programa estruturado ao país.

“Temos um legado, mas não é só o legado que vai fazer a gente ganhar as eleições”, falou, ressaltando depois estar tão otimista como estava no pleito de 2002, quando foi eleito pela primeira vez. 

Leite indica que será vice de Tebet

O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) indicou que pode ser vice na chapa da senadora Simone Tebet (MDB) nas eleições para a Presidência da República. Ele afirmou que tem "humildade" para abrir mão de aspirações pessoais e fazer composição em outra candidatura. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Eldorado, nesta segunda-feira (4/4).

"Temos de ter um entendimento do nosso papel como lideranças políticas, não apenas buscando ocupar um espaço político concorrendo, mas apoiando eventualmente aqueles que tenham essa capacidade. Entre outras pessoas, há o nome da senadora Simone Tebet, que tem toda a condição de ser uma liderança nesse projeto. É muito prematuro falar que posição cada um tem de assumir. Mas a disposição nossa tem de ser construindo, apoiando, disputando na chapa como vice-presidente, se for o caso", disse Leite.

O tucano afirmou que, após ter deixado o governo do Rio Grande do Sul, terá mais disponibilidade para debater a posição que ocupará na corrida eleitoral de 2022. “Entreguei o governo na última quinta-feira. Eu estava em um processo de transição nas últimas semanas, discutindo em que posição eu me colocaria para participar dessa discussão, desse debate. E agora, com a disponibilidade maior, vou intensificar essas conversas”, concluiu.

Twitter quer combater fake news durante eleições

O Twitter anunciou, nesta segunda, uma política para os candidatos das eleições de 2022 no Brasil. A plataforma adotará rótulos de identificação nos perfis dos participantes do pleito. Além disso, promoverá, a partir de julho, campanhas de manuseio a desinformação e vai aplicar normas no combate às fake news.

O objetivo é, segundo a rede social, garantir que o debate público que acontece no Twitter "não prejudique o exercício, o direito e a responsabilidade das pessoas de votar”. Contas que violarem as regras sobre integridade cívica ficam suscetíveis a punições diversas já aplicadas hoje no Twitter, desde a exclusão do conteúdo, redução de alcance a selos com contextos adicionais sobre o tema.

O anúncio ocorre meses após as maiores plataformas em operação no país firmarem parcerias com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o combate à desinformação nas eleições de outubro deste ano.
 

Edição: Rodrigo Durão Coelho