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SUSPEITO

Em “ato falho”, Bolsonaro liga morte de Adriano a Marielle e nega motivos para matar vereadora

Conexão entre os casos não foi comprovada pelas autoridades; deputado diz que "Bolsonaro se entregou" com declaração

08.abr.2022 às 09h51
Brasília (DF)
Paulo Motoryn

Bolsonaro voltou a falar sobre assassinato de Marielle durante transmissão nas redes sociais - Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu um "ato falho" ao comentar os desdobramentos do caso do miliciano Adriano da Nóbrega durante transmissão nas redes sociais, na noite desta quinta-feira (7).

Mesmo sem a comprovação das autoridades de que os dois crimes estão relacionados, Bolsonaro citou o caso de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro, em 2018.

Mais lidas: Relembre fatos que ligam Bolsonaro a milicianos do caso Marielle: quem mandou matar vereadora?

Na quarta-feira (6), o jornal Folha de S.Paulo noticiou que a irmã de Adriano acusou o Palácio do Planalto de oferecer cargos em troca do assassinato do miliciano. As mensagens foram enviadas dois dias depois do assassinato de Nóbrega.

Durante o comentário sobre o assunto, o presidente surpreendeu ao trazer o caso de Marielle à mesa e aproveitou para dizer que não tinha “motivo nenhum” para ser acusado como mandante do crime.

Análise: "Time que não faz, leva": Bolsonaro entra em campo com milicos, milícia e centrão

“Alguém me aponte um motivo que eu poderia ter para matar Marielle Franco. Motivo nenhum, zero, não dá nem para discutir mais. Os áudios dela, pelo que tomei conhecimento, ela se equivocou: em vez de falar Palácio das Laranjeiras, falou Palácio do Planalto”, declarou.

Ao se referir à irmã de Adriano da Nóbrega, Daniele da Nóbrega, Bolsonaro disse: “Nunca conversei com ela, pelo que eu lembre.”

:: Governo Bolsonaro ofereceu cargos pela morte de Adriano da Nóbrega, acusa irmã do miliciano ::

O presidente ainda criticou uma publicação no Twitter do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que chamou a família Bolsonaro de "mafiosa". "É público que o miliciano tinha relações íntimas com a família Bolsonaro e a hipótese de queima de arquivo sempre esteve à mesa", escreveu Orlando.

Depois do "ato falho" de Bolsonaro, Orlando Silva disse que o presidente "se entregou" ao fazer relação entre os dois casos.

"O próprio Bolsonaro se colocou na cena do crime. Eu não relacionei os áudios sobre o assassinato do PM Adriano Nóbrega com a Marielle. Mas peixe morre pela boca, né? O capitão engoliu a chumbada", disse Orlando Silva.

:: “Em um país sério não teríamos uma investigação se arrastando por 4 anos” , diz mãe de Marielle ::

Assista ao vídeo:

🚨 URGENTE! BOLSONARO SE ENTREGA EM ATO FALHO! O próprio Bolsonaro se colocou na cena do crime. Eu não relacionei os áudios sobre o assassinato do PM Adriano Nóbrega com a Marielle. Mas peixe morre pela boca, né? O capitão engoliu a chumbada! pic.twitter.com/4p388R00ed

— Orlando Silva (@orlandosilva) April 8, 2022

Editado por: Vivian Virissimo
Tags: adriano da nóbregaanderson gomesbolsonaromariellemarielle francomilíciaorlando silvario de janeiro

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