Hoje às 20h

Movimento pela Soberania Popular na Mineração completa 10 anos e faz live nesta segunda (11)

O MAM surgiu no Pará em luta contra a Vale e hoje atua em 14 estados brasileiros; live ocorre às 20h pelo YouTube

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
MAM completa 10 anos em momento em que PL da Mineração está para ser apreciado em caráter de urgência na Câmara dos Deputados - Cícero Pedrosa Neto/Amazon Watch

Neste mês de abril o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) comemora uma década de existência, desde que começou a se organizar no estado do Pará, lutando contra o Projeto Grande Carajás da empresa Vale.  

Em celebração aos 10 anos e também para avaliar os desafios atuais das lutas envolvendo a mineração, acontece nesta segunda-feira (11), a partir das 20h, uma entrevista feita por Tutameia com Charles Trocate e Maria Júlia Gomes Andrade, da direção nacional do MAM. A conversa terá transmissão ao vivo pelo Youtube.  

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Confirmando a relevância do tema sobre o qual o MAM se debruça, a live acontece no mesmo dia em que sete mil indígenas, reunidos no Acampamento Terra Livre em Brasília, marcham contra a aprovação do Projeto de Lei (PL) 191/2020, apelidado de PL da mineração. 

O ato político contra o projeto que autoriza grandes empreendimentos de mineradoras em terras indígenas foi batizado de “ouro de sangue”. 

Origem amazônica 

Era abril de 2012 quando aconteceu a primeira reunião que daria as bases para o Movimento pela Soberania Popular na Mineração, hoje atuante em 14 estados do país. 

Na época os militantes da Via Campesina acharam que havia a necessidade de criar um movimento popular para a luta contra a gigante Vale e sua exploração da maior mina de ferro a céu aberto do planeta (localizada na Serra Arqueada, sudeste do Pará).

“Desde aquela primeira reunião nós tínhamos a clareza de que precisávamos ser um movimento com um duplo objetivo”, lembra Maria Júlia Andrade. 

O primeiro: organizar territorialmente as populações em conflito com a mineração, seja com os impactos diretos da instalação e expansão de empreendimentos, ou com os modelos de escoamento da produção.  

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“O modelo minerador é primário, exportador, de um capitalismo dependente e absolutamente voltado para os interesses de fora do Brasil”, avalia a integrante da direção do MAM.  

O segundo objetivo do movimento era - e segue sendo - trazer, com peso, a questão mineral no Brasil para o debate público. “Em 2012 era um tema que ainda não havia sido acumulado pelo campo progressista do país”, diz Maria Júlia. 

“Agora em abril vivenciamos este sentimento de vitória, de que apesar de uma situação muito adversa na qual estamos nesses últimos anos no Brasil, o MAM segue aí pulsando”, afirma. “E a gente espera que essa década seja a primeira de muitas”.   

Edição: Rodrigo Durão Coelho