O espetáculo teatral "De Profundis – Epístola: In Carcere et Vinculis", baseado na obra póstuma de Oscar Wilde, terá mais três sessões devido à alta procura do público gaúcho na sua estreia, ocorrida no último final de semana.
A peça dirigida por Dilmar Messias e Gabriel Messias tem interpretação de Elison Couto, em ambientação cênica criada por Diego Stefanni, também responsável pela indumentária, com trilha sonora executada ao vivo por Elaine Foltran. A montagem integra as comemorações dos 50 anos de atividade artística de Dilmar Messias, nome seminal no teatro e na dramaturgia voltada ao circo e ao teatro gaúchos.
As sessões ocorrem de sexta a domingo (dias 15, 16 e 17), às 20h, no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas 736, Centro Histórico, Porto Alegre). Ingressos ao valor de R$ 60 podem ser adquiridos no local, com desconto de 50% para idosos, PCDs, estudantes, jovens de baixa renda.
Sobre a peça
Trazida à cena na forma de monólogo, sob o título "De Profundis – Epístola: In Carcere et Vinculis", com dramaturgia de Dilmar Messias, o espetáculo remete à carta dirigida a Sir Alfred Douglas, escrita por Oscar Wilde na Prisão de Reading, Londres, onde cumpria pena de prisão, condenado a trabalhos forçados por “indecência grave”, em processo movido por John Douglas, o Marquês de Queensberry, pai de Alfred.
O texto original se encontra publicado pela L&PM Editores e ocupa, praticamente, todo o volume intitulado “De profundis e outros escritos do cárcere”.
Sobre a peça, o crítico Antonio Hohfedt comentou que “[…] o resultado é um texto denso, objetivo e tocante, sobretudo pela cuidadosa e equilibrada interpretação de Elison Couto e o bonito cenário de Diego Steffani, que assina também o figurino. Destaque especial para o momento em que o cenário se transforma em figurino, magia que só o teatro permite".
Para Dilmar Messias, o espetáculo tem como objetivo discutir o preconceito como uma forma de agressão às liberdades individuais, além de divulgar um clássicos da literatura universal. O sofrimento imposto ao escritor Oscar Wilde em função de sua relação com o Lorde Alfred Douglas, revela o lado cruel e nefasto da era vitoriana, observa Messias.
"Neste momento em que as forças reacionárias vociferam seus preconceitos, atingindo as liberdades individuais, lançamos mão da história para mostrar que não podemos ver repetidas as crueldades perpetradas a cidadãos como Oscar Wilde, Federico Garcia Lorca, Matthew Shepard, entre outros tantos anônimos e notáveis, em nome de uma moral conservadora, arbitrária e violenta", declara o diretor.
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