O noticiário político na manhã desta terça-feira (12) tem como destaque o jantar de líderes do MDB com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocorreu na noite de segunda-feira (11), em Brasília, e uma iniciativa inédita da Justiça Eleitoral, com o convite à União Europeia para observação do pleito brasileiro.
O encontro de Lula com os emedebistas aponta que figuras influentes no partido podem tentar barrar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência, na convenção da sigla, que deve ocorrer até o início de agosto.
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Já o convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao bloco europeu é visto como mais uma tentativa de legitimar internacionalmente o processo eleitoral de outubro, diante dos recorrentes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores ao sistema de votação.
Nas manchetes, também ocupa espaço relevante uma declaração de Bolsonaro, que reconheceu ter oferecido cargos ao Centrão em troca de uma base política no Congresso. A fala ocorreu em entrevista ao podcast Irmãos Dias.
Lula e MDB
Dos 13 senadores do MDB, cinco estiveram com o petista em jantar oferecido pelo ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (CE), em uma mansão no Lago Sul, em Brasília.
De acordo com a apuração de diversos veículos, Eunício declarou que há uma tendência natural no MDB de não marchar para o que classificou como um "suicídio político", lembrando da candidatura do ex-ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles, que ficou em sétimo lugar na disputa presidencial em 2018.
O ex-senador cearense enfatizou que, se o MDB não tiver uma candidatura viável, os diretórios estaduais vão derrubar a candidatura de Tebet na convenção. Segundo ele, 14 dos 27 diretórios regionais da sigla são contrários à candidatura própria.
Renan Calheiros (MDB-AL) foi na mesma linha ao indicar que a maioria do partido pode não dar aval à Tebet. Para ele, quem vai decidir o que o MDB vai fazer não é o presidente do partido, e nem um senador, mas a convenção.
TSE e União Europeia
O TSE convidou a União Europeia para enviar uma missão de observadores para as eleições de outubro deste ano. Esta é a primeira vez que o bloco é chamado a monitorar o pleito no país. A informação foi revelada pela agência Reuters. O convite ainda não teve retorno.
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A gestão do presidente do TSE, Edson Fachin, avalia que é importante envolver a comunidade estrangeira nas eleições. O sistema eleitoral brasileiro tem sido alvo de constantes ataques sem provas do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados, que alegam fraudes e fragilidades nas urnas eletrônicas.
Com a participação de outros países, a ideia é assegurar, também um olhar externo, que o sistema é seguro. Além da União Europeia, o TSE também convidou para missões de observação eleitoral no país a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Parlamento do Mercosul, a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais e o Carter Center.
Bolsonaro e Centrão
Uma fala do presidente divulgada nesta segunda-feira (11) sobre sua relação com o Centrão ganhou repercussão nas últimas horas. Bolsonaro voltou a comentar sua relação com o bloco parlamentar e admitiu que deu cargos para pessoas ligadas aos congressistas.
"Para aprovar qualquer coisa, em especial uma PEC, passa por eles. Agora, nosso relacionamento não é como no passado. Alguns cargos foram dados para partidos de centro, sim, não vou negar isso aí. Mas temos filtros", alegou.
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Bolsonaro ainda destacou que é "obrigado" a formar a coalizão e que, "com apenas 150 deputados, não iria a lugar nenhum". Para a população em geral que estranha a aliança, ele justificou que, "se alguém tem alguma bronca contra algum parlamentar, foram vocês que colocaram eles aqui dentro".
Edição: Rodrigo Chagas
