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Em meio a ataques de Bolsonaro, TSE convida União Europeia para observar eleições

Itamaraty reagiu contra a participação de observadores europeus para reforçar a lisura do processo eleitoral brasileiro

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Após breve recuo, Bolsonaro voltou a atacar o TSE, colocando em dúvida o processo eleitoral - Agência Brasil

Em meio aos incessantes ataques do presidente Jair Bolsonaro à credibilidade do sistema eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou observadores da União Europeia (UE) para acompanhar as eleições deste ano. A Agência Reuters divulgou nesta terça-feira (12) a informação, que posteriormente foi confirmada pelo Tribunal.

O vice-presidente da Comissão Europeia, o espanhol Josep Borrell, já teria agradecido, mas a decisão depende do aval dos 27 países que integram a UE, bem como do Parlamento Europeu. Se o bloco aceitar enviar uma comitiva ao país, será a primeira eleição no Brasil com a participação de representantes do continente.

O TSE também convidou representantes da outros organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OAS), o Centro Carter, o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e a Fundação Internacional de Sistemas Eleitorais (IFES), que tem sede em Washington.

De acordo com a reportagem, os europeus já estariam preparando um plano para enviar representantes ao Brasil. A Embaixada da UE em Brasília, no entanto, não comentou a questão.

O Ministério das Relações Exteriores, por outro lado, reclamou da iniciativa. Em nota, o Itamaraty alegou que não é “da tradição do Brasil ser avaliado por organização internacional da qual não faz parte”.

Bolsonaro volta à carga

Atrás em todas as pesquisas de opinião, e acuado por denúncias de corrupção, Bolsonaro voltou a atacar as instituições nesta segunda (11). Ignorando todo o embasamento jurídico das decisões que ele se recusa a aceitar, ele afirmou que o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, age para favorecer a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Fachin o tirou da cadeia, o tornou elegível e está presidindo o TSE. Ao meu entender, se depender do Fachin, ele (Lula) será presidente da República”, disse a um podcast. Semanas antes, o presidente afirmou que “não serão dois ou três que decidirão como os votos serão contados”.

Bolsonaro ataca o sistema eleitoral desde que foi eleito presidente em 2018. Até o ano passado, ele insistia na implementação do voto impresso. Ele chegou a anunciar que apresentaria provas que comprovariam as supostas fraudes nas eleições.

Contudo, numa live em julho do ano passado, ele admitiu não ter indícios para comprovar as suas teorias. Após a tentativa de golpe no 7 de setembro do mesmo ano, Bolsonaro recuou das críticas ao sistema eleitoral, que ressurgiram recentemente.