Data sagrada

Confronto em Jerusalém deixa mais de 150 feridos

Forças israelenses e palestinos se enfrentaram na Esplanada das Mesquitas

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Forças de segurança da Israel reprimem protesto na Cisjordânia em 15 de abril - Jaafar Ashtiyeh / AFP

Um confronto entre palestinos e forças de segurança israelenses deixou ao menos 156 feridos nesta sexta-feira (15/04) na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, quando milhares de muçulmanos se reuniam para rezar durante o mês sagrado do Ramadã. Esse foi o episódio mais grave de violência registrado no local em quase um ano.

De acordo com o do Crescente Vermelho, a maioria dos palestinos foi ferido por balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e no confronto com policiais.

Em comunicado, a polícia israelense disse que centenas de palestinos lançaram fogos de artifício e pedras em sua direção e também na região do Muro das Lamentações. Israel afirmou ainda que dezenas de homens encapuzados, com bandeiras palestinas e do Hamas entraram na esplanada com pedras e "a polícia foi forçada a entrar no local para dispersar a multidão e remover as pedras".

Três policiais ficaram feridos no confronto. De acordo com um porta-voz do governo, centenas de palestinos foram detidos.

A Esplanada das Mesquitas, que é sagrada para muçulmanos e judeus, tem sido com frequência o epicentro de agitações entre palestinos e israelenses e as tensões aumentaram meio a uma recente onda de violência. As forças de segurança israelense estão em alerta máximo após uma série de ataques nas últimas duas semanas, que deixaram ao menos 14 mortos.

Os confrontos ocorrem em um momento particularmente sensível. Neste ano, o Ramadã coincide com a Pessach, a Páscoa Judaica, e a Semana Santa cristã. Os feriados devem atrair milhares de fiéis à Cidade Velha de Jerusalém, local sagrado das três religiões, que foi ocupada por Israel em 1967.

A Jordânia administra a Esplanada das Mesquitas, onde se encontram a Mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula do Rochedo, mas o acesso ao local, mesmo junto ao Muro das Lamentações, é controlado por Israel.

"A intervenção imediata da comunidade internacional é necessária para parar a agressão israelense contra a mesquita de Al-Aqsa e evitar que a situação saia do controle", afirmou um porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas.

No ano passado, confrontos na Esplanada das Mesquitas desencadearam uma guerra de 11 dias com militantes do Hamas, na Faixa da Gaza, na qual mais de 250 palestinos e 13 israelense morreram.