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Programa Bem Viver repercute aumento da violência no campo no último ano

Mortes motivadas por conflitos pela terra aumentaram 100% no último ano, segundo Comissão Pastoral da Terra

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Segundo CPT, conflitos no campo têm aumentado desde 2016, com impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff
Segundo CPT, conflitos no campo têm aumentado desde 2016, com impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff - Arquivo/Agência Brasil
São mortes ocasionadas por situações de conflito e por condições precárias das famílias

O Caderno de Conflitos no Campo 2021, divulgado hoje (18) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), aponta uma situação dramática: no último ano, foi registrado um aumento de 1000% no número de mortes motivadas por conflitos no meio rural. A publicação aponta ainda um crescimento considerável nas violações de direitos humanos, despejos, execuções e massacres.

“Não trata necessariamente de assassinatos diretos, mas de mortes ocasionadas pelas situações de conflito e pelas condições em que famílias se encontram, em decorrência dos processos de luta que elas travam em defesa da terra, do território e do meio ambiente no Brasil”, ressalta a coordenadora da CPT Andreia Silvério.

A maioria dos assassinatos em conflitos esteve concentrada nos estados da Amazônia Legal. Rondônia, Maranhão, Roraima, Tocantins e Rio Grande do Sul foram os estados que mais tiveram ocorrências.

“O ano de 2021 reafirma uma tendência que a CPT vem registrando pelo menos desde 2015 e 2016, quando aconteceu essa ruptura política no Brasil. Desde esse período, nós temos registrado aumento com relação ao número de conflitos e com relação ao número de famílias envolvidas nesses conflitos”, aponta.

Acampamento Terra Livre

O Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do país, terminou no último dia 14 e deixou um legado histórico.

Pelo menos sete mil indígenas permaneceram acampados por 10 dias em Brasília, próximo ao Congresso Nacional, organizando protestos contra projetos de lei que ameaçam direitos dos povos originários.

O evento contou com a presença de políticos de peso nacional, como o pré-candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Na sua participação, ele se comprometeu a criar um Ministério Indígena caso eleito.

Agroecologia

Grande parte das pessoas que lidam diariamente com a terra, sejam agricultores ou pesquisadores, concordam que a agroecologia é um caminho eficiente para garantir produção sustentável de alimentos. Porém, com o acirramento das mudanças climáticas, modelos de produção alternativos são cada vez mais urgentes.

Essa é a opinião do professor Ricardo Abramovay, do programa de pós-graduação em ciência ambiental da Universidade de São Paulo (USP). Ele estuda o modelo do agronegócio e em entrevista a Rádio USP pontua por que essa forma de produção não é mais suficiente para as demandas atuais da sociedade.


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Edição: Sarah Fernandes