Rio de Janeiro

CPI DOS TRENS

Deputados do RJ acusam Supervia de usar calamidade da pandemia para não colocar trens expressos

Em nova vistoria de inspeção, parlamentares voltaram a flagrar trens lotados e passageiros se espremendo nas composições

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
CPI dos trens alerj
Deputados fizeram nesta manhã vistoria de inspeção no ramal Japeri, na região metropolitana, e constataram diversos problemas - Julia Passos/Alerj

Deputados estaduais que integram a CPI dos Trens na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) afirmaram nesta segunda-feira (2) que a Supervia, concessionária que administra a rede ferroviária na região metropolitana, vem utilizando o decreto de calamidade pela pandemia da covid-19 para não retomar o serviço de trens expressos em alguns ramais.

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Os parlamentares querem criar uma excepcionalidade no decreto de calamidade para a volta do trem expresso de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, até a Central do Brasil. O deputado Luiz Paulo (PSD) disse que a calamidade não pode ser usada como mote para não ter o trem expresso.

Presidente da CPI, a deputada Lucinha (PSD) voltou a afirmar, na reunião da comissão, que a passagem de R$ 5 é muito cara para o usuário, que passa um sufoco diário para o deslocamento de casa para o trabalho e vice-versa. "Vamos cobrar da Supervia, vamos cobrar do governador, não vamos aceitar isso", completou a parlamentar.

Na manhã desta segunda, os deputados da CPI fizeram uma vistoria de inspeção no ramal Japeri, também na zona oeste do Rio, e constataram a mesma situação da visita anterior ao ramal de Santa Cruz. Dormentes danificados, canaletas entupidas, mato alto, lixo e atrasos nas composições.

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Os deputados flagraram uma cena que é rotina para milhares de pessoas: trens lotados e passageiros se espremendo para entrar e sair das composições. 

"Na maioria das estações falta acessibilidade e há ausência de banheiros. A Supervia também está com problemas operacionais: os trens atrasam, retardando a viagem dos passageiros. Também temos dormentes e trilhos em péssimas condições, o que acarreta uma menor velocidade dos vagões", observou o deputado Waldeck Carneiro (PSB), relator da CPI.

Fiscalização

O relator da comissão enfatizou que o governo do estado precisa inspecionar a qualidade do serviço prestado pela Supervia. "É necessário que haja uma fiscalização rigorosa e qualificada na concessão".

Segundo ele, um representante da Agetransp, agência do estado que regula as concessões em transporte urbano do estado do Rio, disse em sessão da CPI que só conta com dez fiscais em convênio com a Central Logística para fiscalizar 270 quilômetros de malha ferroviária e 104 estações.

Também participaram da vistoria as deputadas Martha Rocha (PDT) e Enfermeira Rejane (PCdoB), além do deputado Eliomar Coelho (Psol).

Edição: Eduardo Miranda