Rio de Janeiro

Protagonista

Após homenagem que rendeu título à Grande Rio, Exu pode se tornar patrimônio do Rio

Projeto de lei que pretende contribuir para combater racismo religioso foi protocolado um dia depois do título

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Grande Rio
Escola de Caxias teve seu primeiro campeonato no carnaval carioca com o enredo "Fala, Majeté! Sete chaves de Exu" - Gabriel Monteiro/Riotur

Homenageado pelo enredo da Acadêmicos do Grande Rio neste ano, que rendeu o título do carnaval carioca à escola, Exu virou tema também de projeto de lei apresentado na Câmara do Rio. Pegando carona na popularidade da entidade, o vereador Átila A. Nunes (PSD) propôs que Exú se torne patrimônio do Rio. 

A justificativa da proposta é que a imagem da entidade seja desmistificada e com isso contribua para combater o racismo religioso. Se aprovado em duas votações pelo plenário da Câmara, o texto segue para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD).

O projeto de lei foi protocolado na quarta-feira (27), um dia depois da Grande Rio conquistar o título. Na Avenida, a escola de Duque de Caxias contou a história de Exu, orixá do movimento e da comunicação. 

Leia também: Enredo sobre Exu dá à Grande Rio título de 2022 das escolas de samba do Rio de Janeiro

No Twitter, após o resultado da apuração, o vereador parabenizou a escola "por mostrar um desfile que certamente vem pra romper com o preconceito religioso", ao se referir ao enredo "Fala, Majeté! Sete chaves de Exu", que falou sobre imagem ruim do orixá que é um dos mais importantes de religiões de matrizes africanas.

"Com muita coragem, a escola de Caxias levou para a Sapucaí um desfile que fala dos Exus, que tanto são olhados de uma forma completamente errada. Eles nada mais são do que protetores. Temos que respeitar aqueles que têm nos Exus os seus protetores. E tenho certeza de que a Grande Rio deu uma lição e, por coincidência ou não, ganhou e foi brindada com essa vitória, que carrega uma mensagem de rompimento do preconceito religioso. Parabéns a todos que fizeram esse Carnaval tão lindo, o Carnaval da resistência."

A avaliação do vereador e o gosto dos jurados coincidiu com o "barulho" que a escola conseguiu criar nas redes sociais logo após seu desfile. Por isso, a Grande Rio vinha sendo apontada como a favorita ao título.

A Vermelho, Verde e Branco de Caxias é a escola mais jovem a desfilar no Grupo Especial e foi fundada em 1988. Apesar da pouca idade, a Grande Rio colecionou algumas quase vitórias até a esperada vitória. Ela foi vice-campeã em 2006, 2007, 2010 e 2020.

Edição: Mariana Pitasse