A União Brasil confirmou que lançará nomes do partido para concorrer à Presidência e Vice-Presidência, nesta quarta-feira (4). Com a decisão por uma chapa “puro-sangue”, o grupo de legendas que trabalham para emplacar um nome único como terceira via nas eleições deste ano se enfraquece.
Luciano Bivar, pré-candidato da União à Presidência, afirmou que irá esperar “até o último momento para fazer uma coligação com outros partidos”. Mas outras legendas “não tiveram a mesma unidade que tem o União Brasil. Em função disso, não restou a nós uma única alternativa do que sairmos com uma chapa pura", disse o presidente da sigla em vídeo divulgado nesta quarta.
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"Por que uma chapa pura? Porque a gente não aceita. Eu me recuso a aceitar os extremos que estão aí estabelecidos. Então, é por isso que a União Brasil segue em frente para essa candidatura para, definitivamente, em outubro desse ano, nós nos candidatarmos e sermos eleitos presidente desse país", disse o pré-candidato.
Hoje, a União Brasil tem o maior fundo eleitoral e tempo de televisão entre as siglas que vinham discutindo um nome único como terceira via, PSDB, MDB e Cidadania. Por isso o apoio da sigla era bastante cobiçado. Mas, desde que Bivar começou a cogitar a possibilidade de uma chapa “puro-sangue”, os dirigentes do PSDB e MDB deixaram de contar com o apoio do partido.
João Doria e Simone Tebet / Reprodução/Twitter
No PSDB, o pré-candidato à Presidência é o ex-governador de São Paulo João Doria. No MDB, a senadora Simone Tebet (MS). Nesta semana, ambos os partidos determinaram um prazo para chegar a um acordo final sobre a possibilidade de ter o tucano João Doria como vice da senadora Simone Tebet (MS): 18 de maio.
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“A decisão final (sobre ser ou não candidato) será do João Doria, que foi eleito democraticamente nas prévias. Não vejo a menor possibilidade de ele renunciar para ser vice. O PSDB sempre teve candidato”, afirmou César Gontijo, tesoureiro do PSDB, ao jornal O Estado de S. Paulo.
Viagra neles
A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados irá convidar o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, para a explicar a compra de citrato de sildenafila – conhecido como viagra – e próteses penianas infláveis na ordem aproximada de R$ 33,5 milhões.
Inicialmente, a aprovação se deu em cima de um requerimento de convocação do deputado Elias Vaz (PSB-GO), pelo qual o chefe da pasta seria obrigado a comparecer. Depois, entretanto, a convocação foi transformada em convite após o governo federal sinalizar que Oliveira comparecerá voluntariamente em 8 de junho.
Ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira / Igor Soares/Ministério da Defesa
De acordo com as Forças Armadas, o medicamento foi adquirido para os hospitais militares, sob o argumento de que pode ser utilizado para tratar hipertensão arterial.
No total, o deputado federal Elias Vaz apontou para uma compra de 11,2 milhões de comprimidos de viagra entre 2019 a 2022. Cada comprimido teria custado entre R$ 2,91 e R$ 3,14. Porém, em dois pregões de compra realizados pelo Departamento de Logística do Ministério da Saúde, o valor unitário foi de R$ 0,48. Comparando ambos, o sobrepreço pode chegar a 550%.
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“O prejuízo à União pode passar de R$28 milhões. É dinheiro público indo para o ralo da corrupção enquanto o povo brasileiro recolhe alimentos no lixo e come sopa de osso. Essa situação precisa ser investigada”, afirmou o deputado.
O ministro Paulo Sérgio Nogueira Oliveira também deve falar sobre segurança do processo eleitoral brasileiro. Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recuou de um convite feito à União Europeia para que enviasse observadores para as eleições deste ano, depois que o Ministério das Relações Exteriores se posicionou contra a iniciativa.
Falando em eleições...
O diretor da Central Intelligence Agency (CIA, Agência Central de Inteligência em português) dos Estados Unidos, William Burns, em julho de 2021, disse a autoridades do Brasil que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria parar de lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro. A informação foi publicada pela Agência Reuters.
Mais uma vez, Daniel Silveira
O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) se recusou a receber uma intimação do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (4), para que utilizasse a tornozeleira eletrônica. Segundo a oficial de Justiça encarregada da tarefa, o parlamentar bolsonarista se recusou a cumprir o mandato, "pois está cumprindo o decreto do presidente da República".
Um dia antes, o ministro do STF Alexandre de Moraes havia determinado a devolução da tornozeleira eletrônica que está em posse de Daniel Silveira, mas que já não emite sinais desde 17 de abril por falta de carga, para que possa fazer a troca por outra. O magistrado determinou ainda o bloqueio de R$ 405 mil nas contas do deputado, referente à multa cobrada dos dias em que o bolsonarista desrespeitou as medidas restritivas impostas pela Corte.
Daniel Silveira exibe o decreto com o indulto concedido a ele por Jair Bolsonaro / Evaristo Sa / AFP
Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por ataques e ameaças ao STF e seus ministros. O deputado, entretanto, foi salvo por um indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O STF também determinou a cassação de seu mandato.
Galpão de pastores
O atual ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, tentou nomear o pastor Arilton Moura em um cargo comissionado na pasta enquanto era secretário-executivo, segundo uma reportagem da Folha de S. Paulo.
Em 17 de novembro de 2020, por meio do ofício nº 696/2020, Veiga pediu o provimento do cargo para que Arilton fosse nomeado como gerente de projetos da secretaria-executiva, com um salário de R$ 10.373,30. Junto ao ofício foram anexados documento na tentativa de atestar idoneidade moral, reputação ilibada, currículo e ausência de vínculos que pudessem apontar para a prática de nepotismo.
Arilton Moura é um dos pastores com trânsito livre no MEC e relação próxima com o ex-ministro Milton Ribeiro / LUIS FORTES/MEC
O caso se soma ao áudio vazado de Milton Ribeiro, em março deste ano, no qual afirma que prioriza destinar recursos para as prefeituras cujas solicitações foram negociadas pelos pastores Arilton Moura e Gilmar dos Santos, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ambos não têm cargo no Ministério da Educação e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas.
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"Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar. (...) Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", diz o ministro em áudio.
Encenação, nota 10
A primeira-dama Michelle Bolsonaro se ajoelhou e chorou, nesta quarta-feira (10), durante um culto promovido pela Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados. Em soluços, a esposa do presidente orou e pediu a Deus por um "avivamento na nossa nação, [...] no Legislativo, no Executivo, no Judiciário".
Michelle Bolsonaro também pediu para que Deus “estenda suas mãos sobre a nossa amada nação". "Abençoa, Senhor, os filhos dessa terra, que eles estejam com corações voltados para ti. Nós cremos numa geração santa, curada e restaurada pelo sangue de Jesus", orou Michelle.
Edição: Rebeca Cavalcante
