Rio de Janeiro

CULTURA

Em Niterói (RJ), Casa da Utopia inaugura nova sede e oferece cursos gratuitos para a população

Iniciativa idealizada pela vereadora Verônica Lima (PT) é o ponto de encontro dos movimentos populares na cidade

Brasil de Fato | Niterói (RJ) |
Casa da Utopia está localizada no bairro de São Domingos, próximo à Praça da Cantareira - Foto: Pablo Vergara

O casarão azul de dois andares no bairro de São Domingos, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, é a nova sede da Casa da Utopia. A reinauguração do espaço, que é tido como a “casa” dos movimentos populares no município, foi marcada por um ato político e apresentações culturais. 

Para a idealizadora do projeto, a vereadora Verônica Lima (PT), a Casa da Utopia reabre as portas com o principal desafio de se aproximar ainda mais da população de Niterói. 

"Além de ser a casa dos movimentos sociais, ela [Casa da Utopia] agora tem como desafio um vínculo com a comunidade. Estamos oferecendo diversas oficinas gratuitamente, de dança, escrita para mulheres, oficina de fotografia, tudo isso para estabelecer vínculos com a população. Para além disso, o espaço é um local onde a gente pode se encontrar, fazer reunião, fazer o vínculo com as mais diversas lutas políticas na cidade de Niterói", disse a parlamentar. 

A importância do espaço também foi ressaltada durante a mesa de abertura das atividades da casa. A coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Iêda Leal, lembrou que as grandes mudanças vêm a partir da coletividade. 

"Eu saio de Niterói com a certeza que Lélia [Gonzalez], Luísa [Mahin] e Tereza de Benguela contribuíram para que a gente pudesse fazer isso. Saio daqui pensando que Paulo Freire está certo: a melhor história que vamos fazer é na coletividade. A palavra Ubuntu é a nossa essência. Essa casa é a que todos nós precisamos vir beber da resistência”, disse a ativista. 


Ato político marcou a reabertura da Casa / Foto: Pablo Vergara

Já a advogada dos direitos da população LGBTQIA+ Maria Eduarda Aguiar destacou a importância da Casa da Utopia incentivar o debate sobre a diversidade humana e o respeito. Eduarda lembrou também da falta de dados sobre a violência contra as pessoas LGBTQIA+ no estado do Rio.

"O Brasil é o país que mais mata LGBT no mundo, a cada 72 horas, pessoas LGBTs estão apanhando e morrendo e o estado do Rio de Janeiro não tem dossiê de lgbtfobia, não faz contagem e mapeamento de dados. O único que teve foi um esforço em 2018, mas não temos um dossiê de mapeamento. Não temos dados oficiais de quantas pessoas estão sofrendo violência", detalhou a advogada. 

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Na mesa também estiveram presentes a vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Julia Aguiar; o diretor nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Luís Valério; a integrante da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) Eró Silva e Mãe Ednaide de Oxóssi. 

O evento terminou com uma atividade cultural com a participação do grupo de samba Moça Prosa. 

Como participar?

Neste primeiro momento a Casa da Utopia, localizada na rua Alexandre Moura, 61, no bairro de São Domingos, está oferecendo oficinas de fotografia e audiovisual, dança afro, teoria e prática de atabaque, escrita afetiva para mulheres, literatura afro-brasileira e história do Hip Hop. 

Os interessados devem preencher o formulário online "Portal da Utopia" e aguardar o retorno da instituição. No Instagram do projeto também é possível acompanhar a agenda da casa e tirar dúvidas. 

Atualmente, participam da organização da Casa da Utopia a Coletiva Feminista das Lésbicas e Bissexuais (Cole), Sete Cores, Levante Popular da Juventude, Movendo Estruturas, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE), União Brasileira dos Estudantes Secundarias (UBES), Juventude do PT, Movimento Negro Unificado (MNU), União Espiritualista, Central dos Ogãns, Partido dos Trabalhadores (PT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União de Niterói, Baque Mulher, Batalha da Marina E Saias na Folia.

Edição: Eduardo Miranda