TRABALHO

Servidores federais vão intensificar mobilização com ato unificado em Brasília dia 31

Calendário de luta do funcionalismo inclui uma audiência com os presidentes do Senado e da Câmara

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Ato unificado dos servidores federais em Brasília no final de março, pela reposição de 19,99%, e não 5% - Fonasefe

A mobilização dos servidores públicos federais tende a se intensificar e levar a greves em todo o país no final deste mês, segundo os principais fóruns que reúnem o funcionalismo federal — o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).

Na quarta-feira (18), ambos protocolaram um pedido de audiência com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Artur Lira, para discutir a recomposição salarial.

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O encontro faz parte do calendário de mobilizações e será intermediado pelo líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana (PT-SP). Para o parlamentar, “a recomposição inflacionária é mais do que justa para os servidores públicos e o Parlamento pode ter um papel ativo na conquista desse direito”.

“Por isso, recebi a missão de intermediar essa reunião e irei conversar com ambos os presidentes para que as entidades sindicais sejam recebidas”, disse Santana.

Para Thiago Duarte Gonçalves, coordenador do Fonasefe e da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), que solicitou a reunião, “a luta tende a se intensificar, inclusive com greves espalhadas pelo Brasil no final de maio, que irão parar a máquina pública”.

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“Dia 31 de maio faremos um grande ato em Brasília, mostrando a insatisfação da corrosão inflacionária no nosso salário para o governo, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Parlamento. Se tem dinheiro para orçamento secreto, haverá para a recomposição salarial emergencial”, disse o dirigente.

Os servidores federais reivindicam recomposição salarial de 19,99%, referente às perdas inflacionárias desde 2018, quando tiveram seus vencimentos corrigidos pela última vez. A mobilização pode levar à greve geral caso o governo de Jair Bolsonaro não atenda à reivindicação. Em meados de abril os servidores recusaram uma oferta de 5%, de bastidores, que nem chegou a ser anunciada oficialmente.