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Ronda Política | Moro orbita disputa em SP; Haddad recebe apoio da Rede, e mais

A aposta no nome do ex-juiz parece apresentar mais ganhos ao União Brasil do que o apoio a Garcia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A fim de contornar a situação, Rodrigo Garcia se adiantou e garantiu apoio a Bivar no estado - Nelson Almeida/AFP

Na disputa eleitoral pelo governo do estado de São Paulo pode surgir ainda o ex-juiz Sergio Moro como candidato do União Brasil, diminuindo o alcance do atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), que tenta a reeleição com o apoio do partido. 

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A aposta no nome do ex-juiz parece apresentar mais ganhos ao União Brasil do que o apoio a Garcia, tendo Moro como uma espécie de puxador de votos para as candidaturas proporcionais, como na Câmara dos Deputados.  


Rodrigo Garcia / Governo de São Paulo

“A gente tem um trunfo eleitoral [Moro]. Ele passa a ser estratégico para o [Luciano] Bivar e ganham os federais”, disse o deputado federal Junior Bozzella (União Brasil-SP), à CNN Brasil, sobre o palanque que Moro também poderia abrir para o presidente do União Brasil e pré-candidato à Presidência da República, Luciano Bivar, em São Paulo. 

A fim de contornar a situação, Rodrigo Garcia se adiantou e garantiu apoio a Bivar no estado. “União Brasil é o maior partido da minha futura coligação. Seu candidato à presidência, Luciano Bivar, com meu apoio, terá palanque aberto à sua candidatura.” 

Rede fecha apoio a Haddad 

Enquanto isso, a Rede Sustentabilidade aprovou o apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo, mediante a adoção de propostas indicadas pelo partido. A aprovação foi unânime em votação deliberada em evento na Assembleia Legislativa de Estado de São Paulo (Alesp), no fim de semana. 

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"Vamos apresentar propostas para construção de um projeto de governo sustentável e democrático para o estado de São Paulo. Foi uma demonstração bonita de como podemos construir consenso de forma coletiva, mesmo em meio a um clima de polarização e falta de diálogo no qual vivemos ", afirmou Mariana Lacerda, representante do diretório paulista da Rede. 


Fernando Haddad / Ricardo Stuckert

Haddad tem 28,6% das intenções de voto do eleitorado paulista, segundo levantamento Paraná Pesquisas realizado de 22 a 26 de maio de 2022. Na sequência, aparecem Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Márcio França (PSB), com 17,9% e 17,7%, respectivamente, e Rodrigo Garcia (PSDB), com 7,3%. 

Ainda em São Paulo 

O vereador de São Paulo Fernando Holiday (Novo) pediu na Justiça que a cantora Ludmilla não receba o pagamento referente ao show realizado neste fim de semana pela Prefeitura do município. 

O parlamentar afirmou no pedido que a cantora falou para a plateia fazer a letra “L” com os dedos, no que seria uma propaganda para o pré-candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A MC [Ludmila], enquanto o telão marcava as cores do Partido dos Trabalhadores, levou a plateia a fazer o símbolo de Lula [a letra “L” com os dedos], ignorando a legislação eleitoral e a justificativa para tamanho gasto, subsidiando indiretamente a pré-candidatura do mesmo”, afirmou Holiday no pedido 


Fernando Holiday / André Bueno / CMSP

Holiday também deve entrar com uma representação no Ministério Público. No Twitter, Ludmilla lembrou Holiday que seu nome também começa com a letra “L”. 

José Medeiros 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e arquivou um inquérito contra o deputado federal José Medeiros (PL-MT), vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, aberto depois que o parlamentar chamou uma mulher de “mulamba” nas redes sociais. 

“Em nosso sistema acusatório consagrado constitucionalmente, a titularidade privativa da ação penal ao Ministério Público, a quem compete decidir pelo oferecimento de denúncia ou solicitação de arquivamento do inquérito”, justificou a PGR em seu pedido. Também afirmou que não ficou comprovada a intenção de “praticar, induzir ou incitar preconceito ou discriminação”. 


José Medeiros / Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Em depoimento à Polícia Federal (PF), Medeiros afirmou que “a ofensa foi proferida em contexto de discussão política com outro parlamentar e que a utilização da palavra ‘mulamba’ não foi usada com teor racial; não há provas convincentes do dolo do crime de racismo na conduta investigada”. 

Rio de Janeiro 

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi condenado a pagar R$70.350,41 a uma trabalhadora doméstica, cujos dados foram utilizados para cadastrar um celular para Cabral negociar propinas. A prática de intermediar negociações financeiras ilegais também é conhecida como o uso de “laranjas”. 

Agora, Cabral tem até 15 dias para fazer um pagamento. Em caso de atraso, haverá uma multa de 10% sobre o valor estabelecido. 

Edição: Rebeca Cavalcante