ELEIÇÕES

"Censura" da XP, crescimento de Lula e Bolsonaro estacionado marcam as pesquisas da semana

Petista vence no 1º turno, de acordo com a Quaest/Genial, e lidera com cada vez mais folga, segundo o PoderData

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Lula tem larga vantagem em relação aos demais pré-candidatos na corrida presidencial - Ricardo Stuckert

As duas pesquisas eleitorais nacionais divulgadas nesta semana, pela Quaest/Genial e pelo PoderData, foram positivas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato pela sexta vez ao Palácio do Planalto.

Com sete partidos apoiando a sua chapa com Geraldo Alckmin (PSB) para a disputa presidencial, Lula dá mostras de que a vantagem em relação aos demais pré-candidatos pode aumentar, sinalizando uma possível vitória no primeiro turno.

Os dois levantamentos foram divulgados na última quarta-feira (8). Em ambos, o petista tem larga vantagem. Segundo a Quaest/Genial, ele venceria no primeiro turno. Segundo o PoderData, Lula oscilou para cima e lidera com larga vantagem, mas não leva a disputa sem segundo turno.

Quaest: vitória de Lula no primeiro turno

A nova pesquisa da Quaest, sob encomenda da corretora Banco Genial, mostra que Lula aumentou ainda mais a vantagem em relação ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e consolidou a possibilidade de vencer a eleição de outubro já no primeiro turno.

Lula apareceu com 47% das intenções de voto, contra 41% de todos os outros candidatos somados. Em relação ao levantamento anterior, divulgado em maio, o petista oscilou um ponto para cima e Jair Bolsonaro dois pontos para baixo, aparecendo agora com 29%.

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O terceiro colocado na disputa segue sendo o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que teve oscilação positiva de um ponto percentual e chegou a 7%. Na quarta colocação, está o deputado federal André Janones (Avante-MG), com 2%. A senadora Simone Tebet (MDB) e o coach Pablo Marçal (Pros), tiveram 1%.

PoderData: estabilidade e Lula líder

A nova pesquisa PodeData mostra um quadro de estabilidade na disputa presidencial, com Lula mantendo a liderança, com 43% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 35%.

O petista teve o mesmo percentual da pesquisa anterior do PoderData, realizada há 15 dias. Bolsonaro também ficou estagnado e não teve oscilações nem mesmo dentro da margem de erro do levantamento, que é de dois pontos percentuais.

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O estudo divulgado nesta segunda-feira (8) mostra ainda que Ciro Gomes (PDT), com 6% das intenções de voto totais, oscilou um ponto positivo. Enquanto isso, o deputado federal André Janones (Avante), ficou com 2%, oscilando um ponto negativamente em relação à pesquisa anterior.

Na primeira pesquisa PoderData com João Doria (PSDB) fora da disputa pelo Palácio do Planalto, a única representante da chamada 3ª via passou a ser a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Ela teve ampla exposição na mídia nos últimos 15 dias, mas o efeito foi nulo. Tebet tinha 2% no estudo anterior. Agora, tem 1%.

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Os pré-candidatos José Maria Eymael (DC) e Luciano Bivar (União Brasil) também apareceram com 1%. Os demais candidatos não tiveram menções suficientes para atingir 1%. Há ainda 5% que dizem ter intenção de votar em branco ou nulo, e outros 5% afirmam estar indecisos.

"Censura" no levantamento da XP

A XP Investimentos cancelou divulgação de pesquisa do Ipespe que seria publicada nesta semana. Os estudos vinham sendo publicados semanalmente, sempre com Lula posicionado na dianteira e Jair Bolsonaro, em segundo.

Na semana passada, a pesquisa mostrava o petista com 45% das intenções de voto, enquanto o atual mandatário aparecia com 34%. Nesta quarta (8), o levantamento – já registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-06295/2022 –  foi retirado do site por determinação da própria corretora.

A informação é da colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bergamo. Segundo a jornalista, a pressão sobre a XP Investimentos estava crescendo e “explodiu” na semana passada. O motivo seria o resultado da questão levantada pela pesquisa de que 35% dos eleitores consideram a honestidade como característica de Lula, frente a 30% que atribuem o predicado a Bolsonaro.

A corretora, então, passou a ser atacada nas redes sociais. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ironizou os resultados em seu perfil no Telegram. “O mesmo instituto deu Lula com 45% e Bolsonaro com 34% kkkkk”, escreveu o filho “zero um” do presidente.

Edição: Rodrigo Durão Coelho