COMBUSTÍVEIS

"Não precisamos de CPI, precisamos de coragem", diz Gleisi Hoffmann, sobre preços da Petrobras

Presidenta do PT contesta esforços do presidente e da base bolsonarista pela instalação de uma comissão parlamentar

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Gleisi fez duras críticas ao "populismo" da iniciativa do governo e da Câmara dos Deputados de investigar Petrobras - Roque de Sá/Agência Senado

A presidenta nacional do PT Gleisi Hoffmann criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), após ele defender a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras pelo aumento no preço dos combustíveis.

"Bolsonaro briga com a Petrobrás e com os minoritários que estão lucrando muito com aumento dos combustíveis como se ele não tivesse nada a ver com isso! Cara de pau, hipócrita. Ele apoiou desde início a política de preços da empresa. Não precisa CPI, basta coragem pra usar a caneta. Inútil", escreveu a parlamentar no Twitter. 

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Em entrevista à CNN Brasil, Gleisi disse que a "política de preços é uma política de governo" e que Bolsonaro poderia convocar uma assembleia e reverter as medidas adotadas atualmente. De acordo com a presidenta do PT, Bolsonaro faz todo esse barulho porque quer um discurso para o governo e também criminalizar, expor a empresa, para depois facilitar a sua privatização.

Bolsonaro defendeu a abertura de uma CPI depois que a Petrobras anunciou um reajuste de 5,18% para o litro da gasolina e de 14,21% para o litro do diesel. Só em 2022, a gasolina vendida pela Petrobras acumula alta de 31%. Já o diesel, 68% de aumento.

Segundo a estatal, as altas estão relacionadas a impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia no valor do barril do petróleo. O reajuste da última sexta-feira (17) foi discutido numa reunião emergencial do conselho de administração da estatal, realizada na quinta-feira (16). O governo federal, sócio-controlador da Petrobras, tem seis dos 11 membros do conselho.

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Líder dos caminhoneiros: "País vai parar"

"O país vai parar". A ameaça é de Wallace Landim, o "Chorão", presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que afirma que a categoria vê como "provável" uma greve após o anúncio de mais um aumento nos preços dos combustíveis pela Petrobras.

"A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, o país vai parar novamente. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável", afirmou Chorão, em nota enviada à imprensa.

Edição: Nicolau Soares