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Direitos LGBTQIA+

Análise | Pinkwashing israelense: como um apartheid se cobre com o arco-íris

Não pode haver um campo de conquistas LGBTQIA+ dentro de um projeto político de segregação

28.jun.2022 às 13h03
Berlim (Alemanha)
Alexandre Martins

Manifestação de 2015 contra o apartheid israelense - Reprodução @boicotisrael.net

O 28 de junho é dia de lembrar uma das revoltas de dissidentes sexuais e de gênero contra a violência policial em 1969 em Nova York, e também de lembrar o que o arco-íris e a luta LGBTQIA+ passou a significar desde aquelas revoltas. Nos últimos anos, temos visto em todo mês de junho diversas empresas e instituições cobrirem seus logos e seus anúncios com uma bandeira arco-íris.

Aumenta também a cada junho as críticas de ativistas LGBTQIA+ sobre os limites dessas ações – mais no campo do marketing do que em um  comprometimento com a contratação de pessoas trans e travestis ou no combate às violências dentro e fora dessas organizações.

A cada junho também um Estado de apartheid, colonização e ocupação segue levantando bandeiras do arco-íris como forma de se autopromover como “democrático” – o Estado de Israel. Nada mais longe das revoltas contra as opressões entrelaçadas de sexualidade, raça, gênero e classe que sacudiram as ruas nova-iorquinas em 1969. 

A estratégia de “pinkwashing”, ou lavagem rosa, consiste na utilização de discursos pró-direitos LGBTQIA+ como propaganda para desviar o foco de outros temas e encobrir violações de direitos. Esse pode ser o caso de empresas com relações trabalhistas marcadas pela superexploração e precarização que financiam uma Parada LGBTQIA+ como parte do marketing para “limpar” seu nome.


Trecho do Muro de Separação israelense cortando territórios palestinos / AHMAD GHARABLI / AFP

É também o caso do Estado que há 70 anos promove a violação diária dos direitos humanos da população palestina e que investe na pauta da diversidade sexual e de gênero para se pintar como “única democracia do Oriente Médio”.

Buscando aprimorar sua reputação no cenário internacional, Israel tem utilizado deliberadamente, nas duas últimas décadas, várias táticas para melhorar sua imagem e se autopromover como um Estado protetor de Direitos Humanos e amigável à população LGBTQIA+. Tem sido bem-sucedida essa máquina de propaganda em impulsionar um grande fluxo de “turismo gay” para Tel Aviv e criar no imaginário de muitos LGBTQIA+ a imagem desse território como um “paraíso”.

Nesse período, o mesmo Estado tem sido tudo menos paradisíaco para os palestinos, de todas as orientações sexuais e identidades de gênero, que vivem sob sua ocupação: expandem-se os assentamentos ilegais israelenses na Cisjordânia, as medidas de segregação e o assassinato brutal dos que se levantam contra esse regime – que são atacados e violentados mesmo quando já estão dentro do caixão, como nos lembram os vídeos do velório da jornalista Shireen Abu Akleh, assassinada este ano.

:: Jornalista palestina é morta a tiros pelo exército de Israel durante cobertura na Cisjordânia ::

Por meio de investimentos em propaganda de “pinkwashing”, Israel busca se construir como “superior” e mais “progressista” que os outros Estados do Oriente Médio Por um lado, propaga a ideia de Israel como um Estado “liberal” e “civilizado”, mascarando não só a barbárie do seu projeto colonial e de violação de direitos, mas as práticas homofóbicas e transfóbicas de um Estado cujo setor de inteligência chantageia e violenta todos os palestinos, inclusive os LGBTQIA+.

Por outro lado, promove a imagem colonial e racista de que os palestinos ou, ainda, todos os “árabes” seriam “atrasados” e hostis à população LGBTQIA+. Nessa política de propaganda israelense, o apartheid busca se pintar, assim, como mais “livre” que a sociedade palestina sob seu regime de terror.

O “pinkwashing” mascara o fato de que nenhuma sociedade é homogênea. Na sociedade palestina, há grupos de diferentes religiões e com posições políticas e sociais muito distintas – assim como na sociedade israelense ou na brasileira. Sob o véu do “pinkwashing” israelense, esconde-se tanto que há muita homofobia e transfobia em Israel, quanto as muitas aberturas e disputas existentes na sociedade palestina em torno de questões de gênero e sexualidade.

Nos meses de junho recordamos que também aqui entre nós brasileiros esses temas seguem em ampla disputa – afinal, não estamos nem perto de ser um “paraíso” apenas por ser o país com a maior Parada do Orgulho LGBTQIA+, já que somos também o que mais mata pessoas trans e travestis no mundo.

:: Num país onde nos querem mortos, orgulhar-se é lutar ::

Mais que interrogar o grau de promoção ou não no dia a dia de direitos LGBTQIA+ pelo Estado israelense, questionamos como o estado de apartheid israelense, reconhecido como tal pela Anistia Internacional, poderia ser um “paraíso” de diversidade sexual e de gênero. Como poderiam ser “livres” e “respeitados” todos os LGBTQIA+ vivendo sob um regime de segregação? 

As portas desse “paraíso” para LGBTQIA+ seguem fechadas a todos os palestinos, que não podem ser reconhecidos como plenamente cidadãos neste Estado. Afinal, ainda que sejam LGBTQIA+, não foi para as dissidentes sexuais e de gênero palestinas que esse “paraíso” foi construído. Esse “paraíso” foi, sim, construído como parte do processo de contínua colonização, apartheid e expulsão de todos os palestinos, de todas as orientações sexuais e identidades de gênero.

A palestinos da Cisjordânia, Faixa de Gaza ou refugiados pelo mundo, Israel lhes restringe juridicamente e fisicamente seu movimento, independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual. Já dentro de Israel, 20% da população é palestina e eles, LGBTQIA+ ou não, vivem sob discriminação e sem plena cidadania, não tendo os mesmos direitos que os israelenses judeus. Em seu cotidiano, palestinos são inclusive barrados na entrada de bares ou baladas LGBTQIA+ israelenses por serem considerados “árabes” demais. 

As reações ao “pinkwashing” israelense crescem ao redor do mundo também por parte de judeus e israelenses LGBTQIA+ que lutam pelo fim do apartheid israelense. Diferentes ativistas e grupos judaicos, como o Jewish Voice for Peace, têm denunciado essa forma de propaganda. Em Tel Aviv, em diversos anos a Parada LGBTQIA+ contou com intervenções de ativistas judeus israelenses contrários à ocupação israelense e aos esforços israelenses de lavar de rosa a ocupação. 

Como podemos fazer frente desde o Brasil a essas bandeiras do arco-íris tão levantadas para encobrir violações? Escutar e propagar as vozes das pessoas LGBTQIA+ palestinas que lutam contra o apartheid é nosso principal caminho. A organização LGBTQIA+ palestina Al Qaws afirma há uma década e meia que não existe uma porta cor-de-rosa no muro de apartheid construído por Israel e segue produzindo diversos materiais de crítica e denúncia dessas políticas. 

Em memória de Stonewall e em solidariedade às diversas revoltas LGBTQIA+ contemporâneas, que nossas vozes desde o Brasil possam se somar às vozes palestinas contra as tentativas de cooptação de nossas pautas e de nosso arco-íris e que possam contribuir para derrubar os tantos armários e muros que nos cercam.

*Alexandre Martins é membro da FFIPP-Brasil – Rede Educacional por Direitos Humanos em Palestina/Israel e mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo.

**Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato. 

Editado por: Arturo Hartmann
Tags: lgbtqia+palestina
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