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Início Bem viver Cultura

território negro

Ato cobra preservação de sítio arqueológico do Quilombo Saracura, no Bixiga

Moradores, movimento negro e artistas se unem pela preservação da memória negra de São Paulo

01.jul.2022 às 18h30
São Paulo (SP)
Nicolau Soares

Movimento quer construção de um memorial e que a futura estação se chama Saracura/Vai-Vai - Paulo Santiago

As ruas do bairro do Bixiga, na região central de São Paulo, serão ocupadas por moradores do bairro, sambistas da tradicional escola Vai-Vai e representantes do movimento negro neste sábado (2), a partir das 10h. 

O objetivo: proteger o sítio arqueológico que abriga objetos do quilombo do Saracura, encontrados embaixo da antiga quadra da escola de samba Vai-Vai, durante as obras de uma estação do metrô.

A descoberta aconteceu logo no início das obras de construção de uma estação da Linha 6 – Laranja do Metro, de responsabilidade da Concessionária Linha Universidade, durante uma sondagem exigida por lei.  

A empresa A Lasca – Arqueologia, responsável pelo estudo, apresentou no dia 5 de abril o pedido junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) de "autorização para o salvamento emergencial do sítio Saracura/14 Bis". O documento considera a descoberta como de "alta relevância", e afirma que a a possibilidade de destruição dos materiais é "certa, devido as obras de implantação do Metrô Linha 6 – Laranja."

De acordo com a avaliação da empresa, "trata-se de um sítio histórico, com vestígios materiais associados, a priori, a ocupações do início do séc. XX, característicos de áreas de descarte de objetos utilitários, como garrafas, louças, entre outros."

Reconhecimento e preservação

O ato vai começar às 10h, com concentração em frente à praça 14 Bis, entre as ruas Manoel Dutra e Lourenço Granato. Às 10h30, será realizada uma benção religiosa com lideranças de religiões de matriz africana, católica e evangélica, seguida da leitura do manifesto do movimento. 

O ato prossegue com um passeata pelas ruas Manoel Dutra, Santo Antônio, Almirante Marques de Leão, Una e Rocha, acompanhada de intervenções artísticas e por ritmistas. 

A ação é organizada pelo Mobiliza Saracura Vai-Vai, movimento em defesa do legado negro do bairro. Fazem parte do movimento moradores, membros da escola de samba e integrantes do movimento negro e de defesa da memória da presença negra em São Paulo. 

Em manifesto, o movimento cobra a suspensão das obras do metrô "até que seja assegurada a preservação do sítio, sem a transferência dos achados do local." 

"Nosso objetivo é que o Sítio permita a construção de uma política de educação patrimonial regular e permanente, bem como uma política efetiva de reconhecimento, preservação e valorização patrimonial que contemple os povos originários e africanos que, ao longo de mais de três séculos antes da chegada dos imigrantes europeus e asiáticos, construíram o Bixiga, São Paulo e o Brasil", diz o manifesto, que já recebeu mais de cem assinaturas de entidades do movimento negro e da comunidade acadêmica.

Além do manifesto, o movimento lançou uma petição pública pela mudança do nome da Estação 14 Bis para Saracura/Vai-Vai e 

Reparação histórica

"Todo mundo sabe que ali era um quilombo, é uma história conhecida, não difundida, mas conhecida da organização de São Paulo. Tem várias evidências, estudos. O que a gente quer é que aumente nosso conhecimento sobre esse quilombo", afirma Gisele Brito, integrante do Instituto de Referência Negra Peregum e da Uneafro.

Segundo ela, descendentes diretos dessa comunidade quilombola viveram lá até meados os anos 1970 – e até hoje é possível encontrar algumas pessoas. "Achados do começo do século XX também são importantes, já tem 120 anos. Qualquer resquício material do início do século XX é importante sim, para entender uma ocupação negra, em um território negro, um território que é responsável por vários espaços de sociabilidade, organização política e cultura negras", afirma Gisele. 

"Por causa do racismo que molda tudo na sociedade e na economia brasileira, o Bixiga entrou para a história como um bairro italiano. Mas a primeira ocupação do fundo de vale onde por mais de 50 anos funcionou a quadra da Vai-Vai foi quilombola, de resistência à escravidão", afirma Luciana Araújo, moradora do Bixiga há 15 anos, integrante do MNU e da Marcha de Mulheres Negras. 

Ela conta que a população descendente desse quilombo viveu no local até pelo menos meados da década de 1970, "quando foi construído o Minhocão e eles foram empurrados para o que hoje é o distrito da Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo." 

"É preciso preservar e dar conhecimento dessa história a toda a população do Bixiga, de São Paulo e do Brasil, como reparação dos crimes do racismo do Estado brasileiro", defende Luciana. "Por isso, queremos um memorial ao quilombo do Saracura e à Vai-Vai ali, onde o quilombo existiu, como na Liberdade aqui pertinho existem vários memoriais da imigração japonesa. E no nosso caso não foi nem imigração, foi sequestro e escravização, então o estado nos deve isso."

O apagamento da história negra em São Paulo não é novidade, como mostra a história do metrô Liberdade-Japão, assim batizado em homenagem à comunidade japonesa que se estabeleceu no bairro. No entanto, a história dessa região começa muito antes, como um espaço ocupado por negros – e palco de violências. 

"A praça tem o nome de Liberdade por causa do episódio do enforcamento do Chaguinhas, um líder negro anti-escravista que foi enforcado ali quando ali funcionava o pelourinho da cidade", recorda Luciana. "E a população clamou pela liberdade dele, porque a corda arrebentou várias vezes, um clamor que não foi atendido." 

"Queremos garantir que o metrô possa existir no bairro, mas sem destruir o nosso passado, assim como no Rio de Janeiro foi possível revitalizar a zona portuária e preservar o memorial do Cais do Valongo, do Cemitério dos Pretos Novos. Queremos metrô sem destruição histórica, sem apagamento racista”, completa.

Manutenção

Na última sexta-feira (24), os movimentos reunidos no Mobiliza Saracura Vai-Vai entraram no Ministério Público Federal solicitando a suspensão temporária das obras para garantir a segurança dos objetos encontrados. A ação pede também a garantia de um plano de pesquisa desses achados, com preferência para a manutenção dos objetos no local, para não perder o vínculo com a comunidade. 

Em reunião com os movimentos ocorrida nessa segunda-feira (27), a Concessionária Linha Universidade afirmou que as obras estão suspensas. No entanto, os moradores continuam ouvindo barulhos de máquinas no canteiro. A concessionária afirma que se tratam de obras de contenção, visando garantir a segurança da escavação arqueológica.

Editado por: Thalita Pires
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