Até o dia 10 de julho, acontece no Distrito Federal, a 23ª do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília.
Após duas edições virtuais, o evento retoma as atividades presenciais e oferece espetáculos de teatro e dança, atividades formativas e educativas, lançamento de filme, exposição virtual e um show inédito do cantor, compositor e poeta Arnaldo Antunes.
"É um festival grande e importante para o Brasil e Brasília. Estreamos em 2022 com muito público. O espetáculo de estreia foi "Eu de você", da Denise Fraga. Foi um momento de muita emoção", diz Guilherme Reis, artista, idealizador e produtor do festival. O Festival iniciou no dia 28 de junho e conta com programação paga e também gratuita.
Ao todo são 21 espetáculos de artistas do Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e também de países como Argentina e Portugal.
Neste sábado (2) e domingo (3), acontecem as apresentações de "Cimento Fresco" (DF), “Estudo nº 1 Morte e Vida”, do Grupo Magiluth, de Pernambuco, tratando da precarização do trabalho, "Se eu Falo é porque você está aí" (DF), "Semutsoc" (DF) e "A caminhada dos elefantes", do grupo português Formiga Atômica.
A peça trata sobre morte e despedida para crianças a partir dos 6 anos de idade. A apresentação acontece neste sábado 2, às 18 horas e no domingo, 3, às 16h e 19h, no Teatro SESC Garagem, localizado na 913 Sul. Os ingressos custam 60 reais (inteira).
“A Caminhada dos Elefantes” é sobre a existência, a vida e a morte, e o caminho que todos temos de fazer, um dia, para nos despedirmos de alguém. Foto: Filipe Ferreira
Outro destaque do Festival é o espetáculo "Sem Palavras", da Companhia Brasileira de Teatro (SP), que propõe uma reinvenção da linguagem cênica para contar histórias de diversos corpos. A peça tem uma estrutura de crônicas individuais, uma colagem de diferentes personagens, vivendo situações cotidianas e que, pela palavra, ganham outros significados e tons por meio da dramaturgia. A apresentações acontecem nos dias 6 e 7 de julho, às 21 horas, no Teatro Galpão Hugo Rodas, no Espaço Cultural Renato Russo.
Filme
Entre as apresentações teatrais, acontece na quinta-feira (7) a exibição do filme "Quem tem medo". O documentário aborda a ascensão da extrema direita no Brasil a partir da perspectiva de artistas que tiveram obras censuradas.
O filme será exibido às 16 horas, no Centro Cultural Renato Russo, a entrada é gratuita. Após a exibição haverá debate com os diretores Dellani Lima, Henrique Zanoni e Ricardo Alves Jr.
Teatro e dança
Nos dias 8 e 9 de julho, às 20 horas, acontece a apresentação do espetáculo "Pedra (P)arida", de Camila Guerra e Édi Oliveira. A peça é um solo de teatro e dança que trata sobre as opressões, desafios, a ancestralidade, sonhos e lutas que envolvem a vida das mulheres.
"Toda mulher no mundo em algum nível já foi violada. Essa semana nos deparamos com dois casos de violação dos nossos corpos, mas às vezes, vivenciamos agressões e não percebemos. Precisamos deflagrar essas ações para que possamos percebê-las. Nosso caminho é longo para uma emancipação feminina", diz a atriz Camila Guerra, uma das fundadoras do Agrupação Teatral Amacaca (ATA).
O espetáculo será apresentado no Teatro SESC Paulo Autran, em Taguatinga, e tem entrada gratuita.
Show
"Lágrimas no Mar" é o novo show de Arnaldo Antunes com o pianista Vítor Araújo / Foto: José de Holanda
O cantor e compositor Arnaldo Antunes também está entre as atrações do Cena Contemporânea. Em show inédito, Arnaldo Antunes estará acompanhado do pianista Vitor Araújo e apresentará as músicas do novo disco "Lágrimas no mar".
As apresentações acontecem nos dias 8 e 9 de julho, às 20 horas, no Conjunto Cultural da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), no Campus Universitário Darcy Ribeiro na UNB. Os ingressos estão disponíveis no site e custam 80 reais (inteira).
Homenagens
Esta edição do festival homenageia a Universidade de Brasília, nos seus 60 anos, ressaltando as figuras de Darcy Ribeiro e Hugo Rodas.
"A UNB hoje é a quinta universidade mais importante do país. Uma das mais importantes em produção científica. São várias as gerações de profissionais, pensadores, artistas, cientistas, que passaram por este lugar. Darcy Ribeiro, que dá nome a Universidade, foi o primeiro reitor. Ele é importante para o Brasil, porém pouco conhecido pelas novas gerações. Foi um indigenista, professor e político. Hugo Rodas faleceu este ano, também muito importante para Brasília e para o Brasil. Um uruguaio que decidiu viver em Brasília no início dos anos 70 e que mudou o teatro de Brasília. Ganhou o prêmio Moliére. Era um grande encenador", explica Guilherme Reis.
Programação
A programação completa do Festival pode ser conferida no site do evento.
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