Emergência climática

Onda de calor extremo já provocou mil mortes na Europa

Temperaturas acima dos 40°C têm provocado mortes entre idosos de Portugal e Espanha

|

Ouça o áudio:

Termômetro em Tolouse, na região sudoeste da França - Lionel Bonaventure / AFP

A onda de calor extremo que castiga boa parte da Europa Ocidental há uma semana, com temperaturas acima de 40°C, já provocou mais de mil mortes, segundo autoridades de saúde de Portugal e Espanha.

Dados das autoridades portuguesas apontam que as temperaturas extremas já causaram a morte de 659 pessoas no país, a maioria idosos. Já as autoridades de saúde da Espanha registraram até o momento 360 mortes ligadas à onda de calor.

Além do calor extremo, os dois países ainda enfrentam uma série de incêndios florestais. Nesta segunda-feira, bombeiros da Espanha lidavam com 36 incêndios. O fogo já devastou 20 mil hectares de florestas no país. As chamas deixaram pelo menos um morto: um bombeiro de 62 anos que morreu em um incêndio na província de Zamora. O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez expressou na noite de domingo (17/07) pesar e solidariedade à família do bombeiro. "Nunca há palavras para agradecer o imenso trabalho de quem luta diante do fogo sem descanso", escreveu Sánchez no Twitter.

Pelo menos 2.300 pessoas permanecem fora de suas casas na Espanha por causa dos incêndios florestais. A agência meteorológica da Espanha havia emitido no domingo alertas para temperaturas de até de 42ºC neste em várias regiões do norte do país. A expectativa é que o calor extremo diminua nesta segunda-feira, mas as temperaturas devem permanecem altas no país nos próximos dias.

No domingo, as temperaturas chegaram a 39°C em Madri, onde um trabalhador de manutenção de estradas havia morrido de insolação no dia anterior. Em Sevilha, no sul do país, foram registrados 39,7°C. Já o recorde de 43,3°C foi observado em Don Benito, no leste do país

Já Portugal entrou no domingo em situação de alerta, depois de sete dias em contingência devido aos incêndios que assolam o país e às altas temperaturas registadas. A situação de alerta deve, inicialmente, durar até 23h59 de terça-feira, dia em que as autoridades devem reavaliar a situação, afirmou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

Na última semana, incêndios destruíram entre 12 mil e 15 mil hectares de matas no país. Na sexta-feira, um avião de combate a incêndios caiu na zona de Vila Nova de Foz Côa, matando o piloto.

França e Reino Unido

Já a França e o Reino Unido se preparam para temperaturas extremas nesta segunda-feira. Na França, são esperadas temperaturas que podem ultrapassar os 40ºC nas regiões da Bretanha, Baixa Normandia, Aquitânia e Occitânia ocidental.

Incêndios devastaram 13 mil hectares de matas no departamento francês de Gironde, no sudoeste francês desde o início da última semana. As autoridades alertam que esta segunda-feira promete ser particularmente delicada, pois o departamento está em alerta vermelho para temperaturas esperadas de até 44°C.

No último alerta meteorológico, 38 dos 96 departamentos da França foram listados em alerta "laranja".

Na noite de domingo, as autoridades deslocaram mais três aviões, 200 bombeiros e 11 caminhões pesados para região.

As temperaturas também continuam a subir no Reino Unido. Nos últimos dias, as autoridades do país emitiram um alerta vermelho por calor - o primeiro da história.

O alerta abrange grande parte da Inglaterra na segunda-feira e terça-feira, quando as temperaturas poderão chegar a 40°C pela primeira vez no país, representando um risco de saúde adicional, disse o serviço de meteorologia do Reino Unido (MET) na sexta-feira. O recorde de temperatura britânico é de 38,7°C, registrado em 2019.

Os passageiros de metrô e trens regionais de Londres estão sendo aconselhados a não viajarem na segunda-feira e terça-feira, a menos que seja absolutamente necessário.

A Alemanha também está se aproximando de temperaturas altas. Na terça-feira são esperadas temperaturas acima de 35°C em boa parte do país - com picos de até 40°C em algumas áreas do oeste alemão, segundo o Serviço Meteorológico da Alemanha.