Eleições 2022

Sob pressão de ala lulista, MDB tem convenção confirmada e oficializará candidatura de Tebet

Parte do partido vê com pessimismo campanha da ruralista e quer apoiar o presidenciável petista ainda no primeiro turno

São Paulo | SP |

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Simone Tebet deve ser confirmada como candidata à presidência pelo MDB - Divulgação/Facebook

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, na manhã desta terça-feira (26), o pedido de um filiado do MDB de Alagoas para que a convenção do partido, que oficializará a candidatura de Simone Tebet à presidência da República, fosse cancelada. Dessa forma, o evento deve ocorrer nesta quarta-feira (27).

Variando entre 1% e 2% nas pesquisas de intenção de voto, a senadora Simone Tebet tem tido dificuldade de empolgar seus correligionários e tem visto escorrer pelas mãos apoios nos estados.

No último dia 20 de julho, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) declarou que os diretórios de 11 estados vão apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concorrente de Tebet na corrida ao Palácio do Planalto.

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“Estamos aqui representados por 11 estados e pelas lideranças das duas bancadas do MDB para dizer da nossa decisão, portanto, de caminhar com a candidatura Lula e Alckmin já no primeiro turno”, afirmou Braga, em reunião com a Executiva do PT em São Paulo.

Estavam presentes no encontro, além de Braga, os senadores Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA), Rose de Freitas (ES), Eunício Oliveira (CE), Veneziano Vital (PB), Lúcio Vieira Lima (BA), Marcelo Castro (PI) e o governador de Alagoas, Paulo Dantas.

Havia a expectativa do grupo de conquistar o apoio do ex-presidente Michel Temer, mas não houve acordo. Na semana passada, ele chegou a declarar, em entrevista à CNN Brasil, que pretendia adiar a convenção, para que houvesse tempo de realizá-la presencialmente – o evento será on-line.

No entanto, diante da pressão do presidente do partido, o deputado federal Baleia Rossi (SP), e após críticas da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), Temer recuou e, na última segunda-feira (25), rechaçou a possibilidade de adiamento, demonstrando ressentimento por ter sido chamado de “golpista.”

“Pelo que tenho ouvido, o partido quer seguir com candidatura própria, não vejo condições para o apoio no primeiro turno”, explicou Temer, em entrevista ao G1. “Eles mandam emissários, mas como vamos apoiar se eles falam que é golpe? Se falam que a reforma trabalhista, que eu fiz, é escravocrata? Querem destruir com meu governo”, lamuriou o ex-presidente.

Edição: Rodrigo Durão Coelho