São Paulo

Jonas Donizette desiste de ser vice de Haddad e caminho está aberto para Marina Silva

Cansado de esperar decisão do PT, ex-prefeito de Campinas anunciou que disputará uma cadeira na Câmara dos Deputados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O ex-prefeito de Campinas anunciou sua candidatura a deputado federal - Divulgação/Prefeitura de Campinas

Em transmissão ao vivo em suas redes sociais, na noite da desta quarta-feira (27), o ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB) anunciou que desistiu de compor a chapa de Fernando Haddad (PT) para o governo de São Paulo e será candidato a deputado federal. Nas últimas semanas, ele deixou de ser prioridade dos petistas e passou a ser opção, caso a ex-ministra Marina Silva (Rede) não tope o convite.

O PSB chegou a oficializar a indicação do ex-prefeito de Campinas para compor a chapa de Haddad durante sua convenção estadual na última segunda-feira (25). Ex-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Donizette era apontado como solução para o PT entrar no interior paulista, por sua articulação com prefeitos da região.

Em paralelo, durante um almoço na casa de Haddad, Marina Silva foi convidada oficialmente para ser vice do petista, mas recusou a proposta, alegando tratar como prioridade o fortalecimento da Rede no Congresso Nacional. A ex-ministra é pré-candidata a deputada federal e considerada "puxadora de votos" no partido.

Porém, Silva aceitou manter conversas e analisar a proposta. Em evento do setorial de Educação do PT, a ex-ministra foi ovacionada pela militância do partido e discursou sob gritos de "aceita". Diante da comoção, Silva tem considerado aceitar e a Rede, na última quarta-feira (27), teria liberado a ex-ministra para aceitar o convite, segundo o jornal O Estado de São Paulo.

Com o impasse estabelecido, Donizette decidiu não esperar mais. "Meu nome foi indicado por unanimidade para o cargo de vice-governador do estado, caso a vaga de vice venha a ser do PSB, mas achei que não era mais conveniente ficar nesse compasso de espera", afirmou o ex-prefeito de Campinas, durante a transmissão.

Dentro do PSB, a ginecologista Marianne Pinotti passa a ser a opção, caso Marina Silva não aceite o convite do PT. A médica, que já trabalhou com Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo, é um nome de confiança do candidato petista.

No final da transmissão, Donizette afirmou que manterá o apoio à candidatura de Haddad. "Primeiro, zero de rancor. Segundo, não teve nada de traição. Na minha vivência de vida pública, vamos ficando com o coro grosso. Zero, qualquer ressentimento, sem qualquer problema. Estarei na luta com os companheiros".

Um dirigente petista disse ao Brasil de Fato que "as conversas com Marina avançaram e Donizette deve ter tido alguma informação de que ela aceitará. Com Marina na disputa, fica difícil pensar em outro nome melhor."

Chapa nacionalizada

Para petistas, uma aliança entre Fernando Haddad e Jonas Donizette, dois homens brancos, estaria dissonante com o que o partido e seu candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, têm pregado publicamente, que é democratizar e diversificar as chapas da sigla.

Por conta disso, Haddad estaria mais interessado em compor uma chapa com Marina Silva e Marianne Pinotti. Caso a ex-ministra aceite, o PT considera que oferece à São Paulo uma chapa nacionalizada, com dois nomes de peso e reconhecidos para além dos limites paulistas. São dois ex-ministros e ex-presidenciáveis.

Fernando Haddad lidera todas as pesquisas de intenção de voto para a corrida eleitoral pelo Palácio dos Bandeirantes. Em segundo, estava Márcio França (PSB), que abdicou da disputa para concorrer ao Senado. O bolsonarista Tarcísio Freitas (Republicanos) e o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), aparecem em terceiro e quarto, respectivamente.

Edição: Nicolau Soares