Rússia e Ucrânia

Em encontro continental, Brasil, Argentina e México recusam condenar ações russas na Ucrânia

Ressalva dos três países foi destacada na declaração da Conferência de Ministros da Defesa das Américas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Apesar da missão de paz empreendida pelo secretário geral da ONU, os ataques entre Rússia e Ucrânia se intensificam - Sergey Bobok / AFP

A declaração conjunta da 15ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas, realizada em Brasília, na última quinta-feira (28), assinada por 21 países, incluiu um trecho condenando as ações da Rússia na Ucrânia, que foi motivo de controvérsia entre os ministros. 

O documento afirma que "conflitos presentes em todo o mundo, como a invasão da Ucrânia, e os atos de violência exercidos por grupos armados que aterrorizam a população no Haiti, não são meios legítimos para resolver as disputas". Além disso, a declaração afirma que os países-membros da conferência esperam uma solução pacífica "tão pronto seja possível".

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Oito dos ministros das 21 pastas de Defesa, representando Canadá, Colômbia, Equador, EUA, Guatemala, Haiti, Paraguai e República Dominicana, insistiram em incluir uma declaração separada com "sua forte desaprovação" dos eventos na Ucrânia. Brasil, Argentina e México assinaram a declaração conjunta, mas fizeram uma nota de roda pé apresentando ressalvas em relação à condenação da Rússia no caso do conflito ucraniano. 

O Brasil e Argentina, declarando serem guiados pelos "princípios que regem sua política internacional", disseram "reconhecer o papel das Nações Unidas" na "conquista da paz e da segurança internacional". Os dois países destacaram que a ONU é "uma plataforma com poderes apropriados para resolver o conflito na Ucrânia". O México acredita que a situação na Ucrânia não é da competência da conferência e se uniu à posição da Argentina e do Brasil sobre o papel da ONU.

"A Argentina e o Brasil, coerentes com os princípios que regem suas relações internacionais, reconhecem o papel da Organização das Nações Unidas na busca pela paz e segurança internacionais e consideram aquela organização o foro com mandato adequado para tratar do conflito na Ucrânia", diz a ressalva incluída no documento.

Edição: Arturo Hartmann