Eleições 2022

Eymael chega à sexta eleição presidencial com jingle famoso e sem somar 500 mil votos

O veterano político vem de seu pior desempenho eleitoral, em 2018, quando conseguiu apenas 41.710 votos

São Paulo | SP |
Candaito pela sexta vez, Eymael quase disputou as eleições de 1989, mas preferiu abrir mão da cancidatura por Gulilherme Afif Domingues (PL), que terminou em sexto lugar - Foto: Democracia Cristã

Lá vem ele, o democrata-cristão, dono de um dos jingles mais famosos da política nacional, para a sua sexta campanha presidencial. Aos 82 anos, o advogado tributarista e empresário José Maria Eymael entra na corrida eleitoral de 2022 tentando chegar aos 500 mil votos.

Eymael, que é gaúcho de Porto Alegre, vem de seu pior desempenho eleitoral, em 2018, quando conseguiu apenas 41.710 votos, ou 0,04% do eleitorado brasileiro. Nos anos anteriores, o advogado conseguiu 61.250 (2014), 89.350 (2010), 63.294 (2006) e 171.831 (1998), seu melhor desempenho nas urnas. Somadas as cinco eleições, o presidenciável acumula 427.435 votos.

O jingle 'Ey,Ey, Eymael, um democrata-cristão', de autoria de José Raimundo de Castro, alfaiate do advogado, foi criado para a disputa pela prefeitura de São Paulo em 1985. O advogado perdeu a eleição, mas a música se tornou um sucesso e, desde então, é utilizada em todas as campanhas.

Pelo Partido Progressista Reformador (PPR), Eymael conseguiu suas duas únicas vitórias eleitorais, nas eleições de 1986 e 1990, ambas para deputado federal. A legenda era a fusão do Partido Democrático Social (PDS) e o Democracia Cristã (DC).

Além das cinco derrotas em campanhas presidenciais e pela prefeitura paulistana, Eymael também perdeu as eleições para deputado estadual, em São Paulo, em 1984.

Leia Mais.: Datafolha aponta vitória de Lula no primeiro turno

Eymael poderia ter sido, ainda, candidato em 1989, mas abdicou de sua candidatura para apoiar Guilherme Afif Domingues, à época no Partido Liberal (PL), e que acabou em sexto lugar na corrida eleitoral.

Eymael tem dito, em entrevistas e nas redes sociais, que irá ao segundo turno com o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, por enquanto, não há como o eleitor conferir se a ambição do presidente do DC se confirmará. Isso porque o advogado ainda não foi incluído em nenhuma pesquisa de intenção de voto.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que até o registro das candidaturas, após dia 15 de agosto, os institutos de pesquisa podem relacionar os nomes que quiserem para os levantamentos.

Democracia Cristã

Em sua página na internet, o partido Democracia Cristã define sua filosofia está "alicerçada nos princípios da dignidade humana, colocando a pessoa como centro do processo político social e unindo através da solidariedade os valores da justiça e da liberdade."

Criado em 1945, o Partido da Democracia Cristã (PDC) tinha nos seus quadros o ex-governador de São Paulo Franco Montoro e o ex-presidente Jânio Quadros. Em 1965, a ditadura militar extinguiu a legenda, que só foi refundada em 1985, com o fim do regime autoritário.

Em 1993, o PDC se uniu ao Partido da Democracia Social (PDS) para dar origem ao PPR, que tinha Paulo Maluf e Esperidião Amin como estrelas principais. Insatisfeito com a coalizão, Eymael provocou a separação das siglas e, em 1995, o Democracia Cristã foi refundado. Desde então, Eymael preside o partido.

Pautas

Na última eleição, Eymael defendeu que casais LGBTQIA+ não possam adotar crianças e adolescentes. De acordo com o presidenciável, isso "criaria uma confusão na cabeça, em termos de sexualidade."

Entre as posições defendidas pelo candidato em 2018, está a manutenção da criminalização do aborto e das drogas, a volta da disciplina "Educação Moral e Cívica" às escolas, além da existência de um Ministério da Família, que acabou criado por Bolsonaro.

Na convenção do DC, respondendo aos correligionários sobre as bandeiras que serão defendidas na campanha de 2022, Eymael cravou: "Mais importante que as propostas, é o passado, que alicerça o que vai ser feito. Antes das propostas, temos que falar o que já fizemos."

Edição: Thalita Pires