12º aumento seguido

Banco Central sobe juros para 13,75% ao ano, quinta alta de 2022

Comitê de Política Monetária já subiu Selic em mais de 4 pontos percentuais no ano para tentar conter inflação

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Banco Central usa aumento dos juros para tentar conter alta de preços - Leonardo Sá/Agência Senado

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (3) mais um aumento na taxa básica de juros da economia brasileira. A chamada taxa Selic subiu 0,5 ponto percentual e chegou a 13,75% ao ano – maior patamar desde 2017.

Considerando o aumento anunciado nesta noite, é a 12ª vez seguida que o Copom decide elevar a Selic. A alta tem como objetivo conter a inflação, que acumula 11,89% em 12 meses encerrados em junho, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

:: Alta da Selic beneficia poupadores ricos, mas não ajuda pobres ::

No entanto, a medida é criticada por movimentos sociais, pois tende a desacelerar a economia, dificultando ainda mais a abertura de novas vagas de emprego e pressionando a renda do trabalhador.

Desde o começo da alta, março de 2021, a Selic já subiu 11, 75%, maior aumento dos juros desde 1999. Em março de 2021, a Selic era de 2% ao ano. Desde então, ela praticamente foi multiplicada por sete.

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A taxa básica de juros é uma taxa de referência para a economia nacional. Quando ela sobe, tendem a subir também os juros de empréstimos pessoais e cartão de crédito. Sobem também taxas de correção de financiamentos de carros, imóveis e máquinas.

O aumento dos juros tende a fazer com que decisões de compra sejam adiadas. É por isso que parte dos economistas argumentam que o aumento dela pode reduzir a inflação.

No entanto, outra linha considera que a medida é ineficaz contra a inflação, especialmente no caso do Brasil atual, em que combustíveis e energia são os principais responsáveis pela alta dos preços e poderiam ser controlados de outras formas pelo governo.

Edição: Rodrigo Durão Coelho