Minas Gerais

PARTICIPAÇÃO

Em BH, 28º Grito dos Excluídos denuncia contradições da independência brasileira

Seminário de construção da manifestação popular será neste sábado (6)

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O Grito dos Excluídos propõe a reflexão sobre as contradições da independência brasileira e as tarefas inconclusas na construção da soberania nacional e popular. - Reprodução - Grito dos Excluídos BH

Com o objetivo de debater sobre a realidade brasileira, acontece neste sábado (6), das 14h às 17h, o seminário de preparação para o Grito dos Excluídos de Belo Horizonte. 

A manifestação popular acontece tradicionalmente no dia 7 de setembro. Neste ano, em sua 28ª edição, o lema é “Brasil: 200 anos de (in)dependência, para quem?”.

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“Para fazer do momento do Grito um espaço não só de denúncia, mas também de participação, é que realizamos todos os anos o seminário preparatório. A construção é coletiva. Portanto, precisamos construir espaços de organização, articulação e formação”, afirma Carlúcia Maria Silva, membro da Comissão Nacional Fé e Política do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) e uma das organizadoras do evento.


No dia 7 de setembro, a marcha do Grito dos Excluídos está agendada para às 10h, na Praça Vaz de Melo, no bairro Lagoinha, com encerramento na Ocupação Pátria Livre, na Pedreira Prado Lopes. / Divulgação

Bicentenário da independência

Mesmo nos marcos dos 200 anos de sua independência, o Brasil convive com o aumento da desigualdade social, a volta ao mapa da fome, altos índices de desemprego e a ampliação da crise ambiental.

Diante desse cenário, o Grito dos Excluídos propõe a reflexão sobre as contradições da independência brasileira e as tarefas inconclusas na construção da soberania nacional e popular.

“A independência ainda não aconteceu. Na verdade, a dependência foi se reconfigurando, metamorfoseando e ganhando características diferentes, cada vez mais perversas e excludentes”, argumenta Carlúcia.

Temas como violência estrutural, dívida pública, direitos sociais, educação popular, segurança alimentar, democracia e a proteção aos territórios indígenas serão tratados pela 28ª edição da manifestação.

“Queremos trazer o grito de todos os brasileiros que vivem em situação de dependência. Seja dependência econômica e política, ou a dependência de cuidados e de proteção, negados todos os dias”, enfatiza a organizadora.

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Carlúcia acredita ainda que o posicionamento e a vontade de mudar a realidade do país também precisam aparecer na disputa eleitoral deste ano. “Vivendo esse momento importante de eleições, precisamos chamar a população para votar consciente”, conclui.

Marcha

No dia 7 de setembro, a marcha do Grito dos Excluídos está agendada para às 10h, na Praça Vaz de Melo, no bairro Lagoinha, com encerramento na Ocupação Pátria Livre, na Pedreira Prado Lopes.

“Queremos dialogar principalmente com a população de rua que vive no entorno da região. No encerramento, faremos uma atividade política e cultural na ocupação, para darmos voz e vez à população”, conta Jair Gomes Pereira Filho, também organizador do Grito.

Na mesma data, a Ocupação Pátria Livre, organizada pelo Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), comemora seus cinco anos.

Edição: Larissa Costa