O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua mulher, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, assinaram nesta segunda-feira (8) a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito. O manifesto foi elaborado por ex-alunos da Faculdade de Direito da USP e será lançado oficialmente no dia 11 de agosto.
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Inicialmente, Lula resistiu em assinar o manifesto por receio de partidarizar a iniciativa. No entanto, com a adesão de diversos políticos, o candidato resolveu aderir. Já o atual presidente, Jair Bolsonaro, segue desdenhando da iniciativa, chamando-a repetidamente de “cartinha”.
Entre os presidenciáveis, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (Unidade Popular) e José Maria Eymael (Democracia Cristã) também assinaram o documento. A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também já aderiram ao movimento.
O documento diz que “ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”, referindo-se à proximidade das eleições, em outubro, e do 7 de Setembro. Nesta data, o Brasil deveria festejar os 200 anos de sua independência, mas todas as referências à data são sobre manifestações convocadas por Bolsonaro par afrontar a democracia.
A peça não cita nominalmente Bolsonaro. Mas trata-se de uma resposta aos seus constantes ataques às urnas eletrônicas, inclusive com ameaças de não reconhecer o resultado das eleições em outubro.
“Celebração da democracia”
Até o fechamento desta matéria, 800.683 pessoas já haviam assinado a Carta aos Brasileiros. Entre os signatários estão os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), juristas, artistas, esportistas, empresários, intelectuais e a representantes da sociedade civil organizada, além da população em geral.
Em comunicado, os organizadores dos atos desta quinta-feira (11) classificam a data como uma “grande celebração da Democracia”. Por outro lado, também destacam o evento como um “grito de alerta e defesa firme da ordem constitucional”.
Na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, ocorrerão dois atos, no mesmo dia: um, às 9h30, no Salão Nobre, com a leitura do manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, de iniciativa da Fiesp e subscrito por 107 entidades. O documento já foi publicado em alguns dos maiores jornais do Brasil na semana passada. Às 11h30, será feita a leitura pública da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito.
“A sociedade não admitirá retrocessos autoritários, inobservância das regras do jogo e desrespeito ao resultado das urnas eletrônicas, proclamado exclusivamente pela autoridade legal competente: o TSE”, diz a nota divulgada hoje. “Estamos certos que no Dia 11 de Agosto, neste ano como sempre, o Largo de São Francisco será a fonte do grito que ecoará em cada rincão democrático do nosso país: Estado Democrático de Direito Sempre!”
Fora Bolsonaro
Também na quinta-feira, em que se comemora o Dia do Estudante, movimentos sociais, movimento estudantil e centrais sindicais farão atos públicos em todo o país pela campanha “Fora, Bolsonaro”. As manifestações, organizadas pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular saem às ruas para exigir eleições livres e frear o golpismo de Bolsonaro.
As entidades também se manifestam contra a violência política e lembram o assassinato do dirigente do PT em Foz do Iguaçu Marcelo Aloizio de Arruda, pelo bolsonarista Jorge Guaranho. O crime completa um mês na próxima quarta-feira (10), véspera dos atos pela democracia.