Protesto

Pescadores artesanais realizam barqueata no Recife nesta terça (9)

Ação em defesa dos povos das águas pretende reunir comunidades tradicionais do litoral de Pernambuco

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Moradores da Ilha de Deus realizam mobilização no bairro - Brasil de Fato PE/ Marcos Barbosa

Comunidades pesqueiras de Pernambuco estão mobilizadas para a realização de uma “barqueata” nesta terça-feira (09). Por via terrestre e fluvial, o protesto das pescadoras e pescadores artesanais do estado tem como objetivo defender os direitos dos povos das águas e comunidades tradicionais pesqueiras. 

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A ação acontece no Recife e pretende reunir comunidades que tiram o sustento das águas e que se veem ameaçadas pela exploração dos recursos naturais de maneira não sustentável. Os povos das águas também demandam a ampliação de políticas voltadas para essas populações, mais direitos trabalhistas e previdenciários, criação de reservas extrativistas, além do atendimento aos impactos do petróleo e da pandemia de covid-19.

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As comunidades pesqueiras pernambucanas têm estado em luta constante por reconhecimento dos povos tradicionais e por justiça ambiental. Um exemplo é a comunidade da Ilha de Deus, localizada na capital do estado, que é um dos maiores manguezais urbanos do Brasil e tem a maioria da população trabalhando na pesca do sururu e no cultivo do camarão orgânico. Mesmo se tratando de uma zona especial de interesse social, o território enfrenta problemas devido à poluição dos rios e a especulação imobiliária, o que contribui para o agravamento das condições de vida dos moradores. 

Edson Fly, comunicador popular morador da Ilha de Deus, explica que "se o rio estiver limpo, se estiver com seus canais com a profundidade necessária para que role os peixes, os peixes possam correr, se não tiver a poluição, certamente a qualidade de vida de pescadores e pescadoras, de comunidades tradicionais, assim como de toda a cidade, seria, ou será outra". Daí a importância da luta dos pescadores.

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No litoral sul do estado, os pescadores artesanais também enfrentam outros problemas para seguir trabalhando. Um exemplo são as comunidades do complexo estuarino do Rio Formoso, em que atuam mais de 2.400 famílias. De acordo com Severino dos Santos, do Conselho Pastoral dos Pescadores, atualmente a região vive um processo de degradação muito intenso por causa do turismo de massa. 

A barqueata dos pescadores e pescadoras pela garantia dos direitos dos povos e comunidades tradicionais pesqueiros terá concentração às 8h30 da manhã com saída da Ilha de Deus e chegada prevista às 09h20 no Armazém do Campo do Recife. Em seguida, será realizada uma marcha ao Palácio do Campo das Princesas, sede administrativa do poder executivo de Pernambuco, para que sejam apresentadas as demandas dos pescadores ao governador Paulo Câmara.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga